O corretor de imóveis Ricardo Mendes, viúvo da ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica Walewska Oliveira, falou sobre a carta de despedida que teria sido deixada pela ex-atleta antes de morrer. O papel foi encontrado pela polícia no local em que Walewska estava sentada antes de cair do 17º andar de um prédio em São Paulo, na última quinta-feira (21).
Em entrevista concedida à coluna Fábia Oliveira, do Metrópoles, Ricardo disse que, até o momento, não teve acesso à suposta carta nem ao celular de sua ex-esposa, já que ambos ainda estão em posse da polícia de São Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência, foi relatado pelos policiais que na área de lazer do prédio — local onde a jogadora estava — foi encontrado, sobre uma mesa, “garrafa de vinho com uma taça, ambas com vinho pela metade”. Além disso, estava junto um celular e uma pasta com uma folha sulfite, “onde foi feita uma carta que seria da vítima, aparentemente de despedida”.
A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso e considera como “dúvida razoável” a hipótese de a campeã olímpica ter se jogado do edifício.
PEGO DE SURPRESA
O corretor contou como estão os dias após o falecimento da Walewska e que jamais imaginaria que ela seria capaz de — conforme investigações prévias — tirar a própria vida. “É o momento mais difícil de toda a minha vida. Não paro de chorar e pensar nela. Jamais pensaria que ela seria capaz disso”, disse o corretor.
“Será que ninguém pensa em mim? Fiquei dois dias trancado dentro de um apartamento”, declarou.
Ainda sem acreditar, Ricardo busca palavras para encontrar motivos que levaram a ex-atleta a tal atitude. “Nenhum motivo do mundo justifica alguém tirar a própria vida. Deixou eu, pai, mãe, irmão, amigos, cunhada, sobrinhos, fãs… Meu Deus”, completou.
CULPA PELA MORTE
Durante a entrevista, Ricardo chegou a ser questionado se a família de sua ex-esposa o culpa pela morte de Walewska.
“A família toda não. Eu amo meus sogros, sempre tivemos um excelente relacionamento. Creio que meu cunhado sim. Mas entendo a dor dele. O ser humano tem que achar sempre um culpado para tudo”, contou.
Ricardo também foi questionado sobre sua ausência no velório e enterro de sua ex-companheira. Conforme Ricardo, ele já possuía a passagem para a ida à despedida, até que um amigo, que foi seu padrinho de casamento, pediu para que ele não fosse. Ainda conforme o corretor, o pedido partiu dos pais de Walewska, visando evitar constrangimento com o cunhado Weslley.
“Assim que nosso padrinho de casamento, o Gu, disse para eu não ir, liguei pra ele. E ele me disse que o Sr. Geraldo, meu sogro que amo de paixão, disse que ele e a dona Cida me amavam como um filho e não queriam que eu passasse por um constrangimento com o Weslley, que estava transtornado”, relatou.
Em entrevista ao UOL, na última semana, Weslley informou que não houve nenhum contato dos familiares com Ricardo. “Todas as tratativas no IML, a liberação do corpo da minha irmã, como eu moro em São Paulo, eu fiz tudo sozinho. Ele não participou de nada, não pagou nada.”
Para o irmão da atleta, o ex-cunhado não foi colaborativo com os trâmites funerários: “Eu precisei de um documento da minha irmã para liberar o corpo dela, ele [Ricardo] deixou o RG na recepção do prédio. Depois, precisei pegar uma roupa pra vestir minha irmã, ele também deixou na portaria para a funerária pegar. Não encontrei com ele em nenhum momento”.
DESGASTE NA RELAÇÃO
Em relato a polícia, Ricardo contou que tinha a intenção de se divorciar em breve, já que o casal, que estavam há aproximadamente 20 anos juntos, passava por problemas.
Conforme ele, a ex-jogadora da Seleção Brasileira era “compulsiva por compras” e havia “dilapidado boa parte do dinheiro que conseguiram durante os anos de casado”.