O jogador Amir Nasr-Azadani, que atuou em clubes da primeira divisão do Campeonato Iraniano, vem sendo protagonista de um apelo feito nesta terça-feira (13) pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPRO). Ele foi condenado à morte por ter participado de uma manifestação em favor dos direitos das mulheres no Irã.
A entidade, por meio das redes sociais, manifestou o seu descontentamento com a questão e busca agora uma solução pacífica em nome dos direitos humanos para que essa sentença não seja cumprida.
"A FIFPRO está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição", disse a entidade.
A reação ocorre depois do clamor causado no exterior após a execução no Irã, nos últimos dias, de dois jovens presos durante as manifestações motivadas pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini. A iraniana curda, de 22 anos, morreu após ser presa pela polícia moral, por violação do estrito código de vestimenta da República Islâmica.
O atleta foi detido por defender publicamente os direitos e liberdades das mulheres iranianas em meio à onda de protestos. Amir Nasr-Azadani defendeu o Rah Ahan e o Tractor, equipes da primeira divisão do Irã.
O ex-astro da seleção iraniana Ali Karimi, um fervoroso defensor dos protestos, apoiou o jogador com um tuíte: "Não executem Amir".
Prisão
Azadani, de 26 anos, foi preso dois dias depois da manifestação. Ele está sendo acusado pela morte de oficiais no protesto que aconteceu no dia 25 de novembro. As autoridades locais também investigam a sua participação em um grupo que teria como objetivo criar resistência à República Islâmica do Irã.
O país vive um momento conturbado. Uma onda de protestos vem crescendo na capital desde 2009 em defesa dos direitos das mulheres iranianas. Nos últimos anos, vários protestos vêm ganhando as ruas das principais cidades do Irã.
Pelo menos 458 pessoas morreram na repressão às manifestações, segundo balanço da ONG Iran Human Rights (IHR), e pelo menos 14 mil pessoas foram detidas segundo a ONU.