Governo Federal não confirma Copa América e estabelece condições, incluindo atletas vacinados

De acordo com o ministro Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), o tema foi debatido em reunião no Planalto, mas o martelo ainda não foi batido

Legenda: Copa América 2021 deve realizada no Brasil após desistência de Argentina e Colômbia
Foto: Divulgação/Conmebol

O ministro Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) afirmou na noite desta segunda-feira (31) que a realização da Copa América no Brasil ainda não está definida, mas disse que o evento, caso ocorra no país, seguirá protocolos sanitários como a vacinação de atletas e comitivas.

"Não tem nada certo. Estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possível atender", declarou o ministro.
Ramos fez uma declaração à imprensa ao lado do secretário especial de Esporte, Marcelo Reis Magalhães.

Ele afirmou que na manhã desta segunda recebeu uma ligação de Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que lhe consultou sobre a organização do evento no Brasil. Nas palavras de Ramos, tratou-se de uma "demanda" levantada por Feldman.

Ainda de acordo com Ramos, o tema foi debatido em reunião no Planalto, mas o martelo ainda não foi batido.

O ministro detalhou ainda condições sanitárias que devem ser estabelecidas caso o torneio de fato ocorra no Brasil, entre elas a que atletas e comitivas estejam vacinas.
"Esse evento, caso se realize, não terá público. No momento são 10 times. No máximo, já foi acordado nessa reunião com a nossa presença e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol^), são 10 times, com dois grupos; 65 pessoas em cada delegação. Todos vacinados. [É] imposição que nós tratamos com a CBF. Até agora não há documento firmado, apenas essas tratativas", afirmou.

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Sedes

Caberá à CBF, segundo o secretário Magalhães, negociar diretamente com os estados e municípios para escolher as sedes do torneio.

Alguns governadores de estados cotados para receber partidas –como Pernambuco e Rio Grande do Norte– já afirmaram que não têm condições sanitárias de receber jogos. Outros disseram que não foram procurados pelo governo.

Os comentários de Ramos contradizem manifestação da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), que em suas contas oficiais afirmou que o Brasil sediaria o evento. Inclusive, a entidade agradeceu o presidente Jair Bolsonaro.
"O Brasil receberá a Copa América 2021! O melhor futebol do mundo levará alegria e paixão a milhões de sul-americanos. A Conmebol agradece ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação Brasileira de Futebol", disse a Conmebol, no Twitter.

Apesar de ter destacado a situação de indefinição, Ramos rebateu críticas contra a realização do campeonato no Brasil por conta da crise da pandemia da Covid. Até o momento, mais de 460 mil pessoas morreram da doença no país.
"Por que o Brasil vai sediar a Copa América durante uma pandemia? Senhores, primeiro que foi uma demanda que foi realizada via CBF, pela Conmebol. Estamos em plena pandemia, com situação difícil, só que o Campeonato Brasileiro, ele envolve 20 times na Série A, e 20 times na Série B".

"Ou seja, estão ocorrendo jogos em todo o Brasil. Fora esse detalhe, acabou semana passada os campeonatos estaduais. Então, com a realização dos jogos da Copa América, que serão poucos, não sei por que algumas pessoas se pronunciaram contra o evento, se há jogos do campeonato brasileiro, estaduais, e Libertadores", disse.

Esforços

Magalhães, por sua vez, ressaltou que a Copa América é um evento privado.
"A gente foi demandado pela CBF hoje pela manhã e estamos fazendo esforços para caso, caso, a gente venha realizar a Copa América, que a CBF, por se tratar de evento totalmente privado –é bom deixar claro: é evento privado–, [que a] CBF negocie com os estados e municípios onde vão ser as sedes. O governo federal apenas dará toda a parte de estrutura para a entrada dessas equipes no país, basicamente isso", disse.