Fortaleza registrou ao menos 26 casos de Covid-19 entre novembro e janeiro

Treinador Enderson Moreira e outros dois membros da comissão técnica foram os últimos infectados. Nos meses mais recentes, Tricolor tem enfrentado problemas por conta da Covid-19

Legenda: Enderson Moreira está com Covid-19 e não comanda o Fortaleza contra o Atlético-MG
Foto: Bruno Oliveira / Fortaleza

A pandemia do coronavírus tem gerado preocupações entre todos. No mundo do futebol, não seria diferente. O momento delicado exige cuidados redobrados. Entretanto, nos últimos meses, o Fortaleza tem sofrido com vários casos de infecção da Covid-19. Tanto é que, entre novembro e janeiro, o Tricolor registrou ao menos 26 pessoas contaminadas.

O número inclui jogadores, funcionários e membros da comissão técnica que tiveram os resultados positivos oficialmente divulgados pelo clube. Os mais recentes foram do treinador, Enderson Moreira, do auxiliar-técnico Luis Fernando Flores e do preparador físico, Edy Carlos Soares. O trio cumprirá isolamento e fica de fora das atividades por dez dias.

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Os problemas do Fortaleza começaram ainda em novembro de 2020. Naquele mês, Osvaldo, Yuri César, Paulão, Gabriel Dias e Marlon (hoje no Ceará, mas que na época ainda era jogador leonino) testaram positivo e desfalcaram o clube.

No mês seguinte, outros jogadores importantes ficaram de fora por conta da Covid-19. Wellington Paulista, Romarinho e Derley foram acometidos pela doença.

Surto em 2021

Mas o mês de janeito tem sido o pior do Tricolor. Logo após a virada de ano, um verdadeiro surto afetou atletas e funcionários do clube. Até aqui, foram 17 casos positivos somente no primeiro mês de 2021. Além dos três membros da comissão técnica, outros 12 jogadores e ao menos três funcionários (um massagista, um roupeiro e um membro da assessoria de comunicação) foram diagnosticados com coronavírus.

Entre os atletas, estão os goleiros Marcelo Boeck e João Pedro (base), os zagueiros Quintero e Jackson, o lateral-direito Tinga, os volantes Juninho, Luiz Henrique e Pablo (base), o meia Mariano Vázquez e os atacantes David, Bergson e Éderson.

Número preocupante

O número de infectados até aqui é extremamente preocupante, e mais ainda pelo fato de que pode ser maior. O levantamento realizado pelo Diário do Nordeste considera apenas os casos que foram oficialmente divulgados, sem contabilizar outras pessoas que tenham sido contaminadas e foram afastadas sem que tivessem os resultados divulgados publicamente.

Protocolo do clube

Em Maracanaú, atletas do Leão passaram por procedimento semelhante Foto: fortaleza
Legenda: Antes do retorno aos treinos, ainda em junho, atletas do Fortaleza passaram por testagens de Covid-19
Foto: Fortaleza/Divulgação

A reportagem entrou em contato com o Fortaleza Esporte Clube para detalhamento sobre o protocolo do clube contra Covid-19. De acordo com o diretor médico do Tricolor, Cláudio Maurício, "o Fortaleza segue executando rigorosamente seu protocolo com restrição do acesso de pessoas ao clube, com exclusão daquelas que se encaixam em grupo de risco".

O profissional explicou ainda a interpretação do clube sobre o aumento de casos nos últimos meses.

“No final de 2020 tivemos um aumento de casos em nossa cidade e num contexto diferente daquilo que ocorreu no início da pandemia. Dessa vez, as pessoas não estavam confinadas, o comércio estava aberto, as escolas, o que redobra a necessidade de cuidados fora do clube também. Portadores assintomáticos podem transmitir, o que permite que, às vezes, mesmo com todos os cuidados, o vírus consiga transpor as barreiras que continuamente montamos. Como atravessamos todo o período de 2020 com pouquíssimos casos, persistimos com muitos atletas suscetíveis, ou seja, que não tinham tido a doença ainda. Infelizmente tivemos muitos atletas no mesmo período e num momento muito importante, mas, por outro lado, temos que agradecer por todos terem superado a doença sem maiores problemas num cenário de tanta gente internada e grave”, disse Cláudio Maurício.

O médico leonino afirmou ainda que o clube segue tomando cuidados diários, como aplicação diária de questionário sintomatológico através de aplicativo além da aferição de temperatura ao chegar ao clube; uso de máscara e álcool gel em todas as dependências e em tempo integral à exceção dos atletas durante o treinamento; testagem periódica e isolamento dos sintomáticos até exclusão do diagnóstico; vídeos educativos regularmente com o objetivo de otimizar os cuidados diários e desinfecção periódica das dependências.