O ex-técnico Carlos Bilardo, que comandou a seleção da Argentina nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, ainda não foi informado sobre a morte do amigo Diego Maradona. Trata-se de uma decisão familiar. Bilardo tem 82 anos e sofre com uma doença neurodegenerativa que necessita de cuidados intensivos, a síndrome de Hakim-Adams.
Em entrevista à rádio argentina Provincia, Jorge Bilardo, irmão do ex-treinador, afirmou que saber da morte do craque argentino poderia afetar ainda mais a saúde de Carlos. "Desligamos todas as televisões, não queremos que ele saiba da morte de Diego porque Carlos gostava muito dele e (receber a notícia) lhe faria muito mal", contou.
Bilardo e Maradona trabalharam juntos no Sevilla, da Espanha, entre 1992 e 1993 e voltaram a se encontrar no Boca Juniors entre 1995 e 1996. Na seleção argentina, o treinador comandou o craque no título da Copa do Mundo de 1986, no México, além do vice-campeonato, na Itália, quatro anos mais tarde.
Mais tarde, em 2008, voltaram a se reunir, mas em funções diferentes. Maradona foi anunciado como técnico da seleção argentina e Bilardo assumiu o cargo de diretor-geral de seleções, no qual permaneceu até o término da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, quando Gerardo Martino foi anunciado como novo comandantes da equipe.
"Para Carlos, Diego é o filho homem que nunca teve. O dia em que lhe contou que seria capitão, o fez como se estivesse passando na rua e se foi. Diego ficou chorando de emoção", disse Jorge Bilardo.
Carlos Bilardo também fez história pelo Estudiantes, onde conquistou diversos títulos, destacando três Copa Libertadores (como jogador nos anos de 1968, 1969 e 1970) e um Campeonato Argentino (como treinador, em 1982).