Em meio a guerra em Gaza, jogadores palestinos se esforçam para ir à Copa do Mundo

A Palestina, 93ª no ranking da Fifa, nunca esteve tão perto de chegar à Copa do Mundo

Legenda: O torneio de 2026 está recheado e terá 48 seleções
Foto: Yasser Al-Zayyat / AFP

Palestina e Austrália se enfrentam nesta terça-feira (11), no HBF Park, em Perth, na Austrália, pela última rodada da segunda fase das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2026. As duas seleções estão classificadas para a próxima fase, de 2 de setembro a 18 de novembro de 2025.

A Palestina, 93ª no ranking da Fifa, nunca esteve tão perto de chegar à Copa do Mundo. O torneio de 2026 está recheado e terá 48 seleções, a Ásia terá oito representantes e a Palestina tem uma oportunidade de fazer história.

No meio do cenário da guerra de Israel com o Hamas, em seu oitavo mês, a Palestina tenta chegar à Copa do Mundo. "O que não mata o torna mais forte", disse o meia palestino Mohammed Rashid "Estamos aqui por uma causa e um objetivo. Quem está no time tem que atuar. Não há outra maneira de fazer isso."

Mohammed Rashid
Legenda: Meia palestino Mohammed Rashid
Foto: KARIM JAAFAR / AFP

Os dirigentes da Palestina desencorajaram perguntas com teor político nas entrevistas coletivas de imprensa, mas o que acontece em Gaza é assunto recorrente. "Jogar nos dá a chance de levar o nome da Palestina para o mundo inteiro, e a Copa é a maior vitrine para isso", disse Rashid. "O que está acontecendo afeta todo mundo. Você não pode deixar de ser afetado por isso."

Embora a maioria dos membros da Organização das Nações Unidas (ONU) não reconheça a Palestina como país, incluindo os Estados Unidos e a Austrália, a Associação Palestina de Futebol tornou-se membro da Fifa em 1998.

Carinhosamente conhecida como Al Fida'i (Os Guerreiros), a seleção palestina, com um estilo de jogo disciplinado, sofreu apenas um gol em cinco jogos nestas eliminatórias. Isso aconteceu mesmo com a equipe não jogando em casa desde 2019. Os jogos como mandante aconteceram no Kuwait e no Qatar, e os jogadores tiveram que fugir em busca de segurança e procurar ligas no exterior.

"Não jogar em casa é a parte mais difícil", disse Rashid, que joga no Bali United, na Indonésia. "A última vez que jogamos contra a Arábia Saudita em casa, a casa estava cheia. As pessoas subiam em árvores para assistir ao jogo. Tivemos 28 partidas seguidas fora de casa, o que é difícil. Mas estamos sempre jogando para o nosso povo."

Embora os jogadores evitem comentários mais contundentes, a mera existência da seleção é vista como uma declaração política. O presidente da Federação Palestina de Futebol, Jibril Rajoub, teve seu visto negado para entrar na Austrália. Rajoub também é político e presidente do Comitê Olímpico Palestino.

"Quando se trata de futebol, você tenta tirar a cabeça disso", disse Hashid. "Os jogos da Palestina são a única coisa que os palestinos estão assistindo. A única coisa que lhes dá esperança Para nós, isso é uma grande motivação.", disse.