Alessandro Zanardi, ex-piloto de Fórmula 1 que se tornou campeão paralímpico, permanece entubado, respirando com ajuda de aparelhos e em estado grave após sofrer acidente nesta sexta-feira (19), quando participava de uma competição em Pienza, na província de Siena.
O atleta, que perdeu as duas pernas em um acidente de carro de corrida há quase 20 anos, está ligado a um respirador e tem fluxo sanguíneo "estável", enquanto o estado neurológico "permanece sério", comunicou por meio de um boletim médico o hospital Santa Maria alle Scotte de Siena.
Na sexta, o hospital informou que Zanardi foi submetido a "uma delicada operação de neurocirurgia" devido a um "trauma craniano grave". A operação durou cerca de três horas, após as quais o paratleta foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI).
"A condição de Alex Zanardi é séria, mas estável", disse o médico Giuseppe Olivieri, neurocirurgião responsável por operar o italiano, em declarações à porta do hospital. "Ele chegou aqui com um grande trauma craniano facial, o rosto esmagado e um osso frontal profundamente fraturado", explicou.
Procedimento delicado
Olivieri afirmou que a opção pela cirurgia se deu porque a equipe médica estava convicta de que "valia a pena tentar salvá-lo". O médico disse que não consegue prever o prognóstico de amanhã ou daqui 15 dias e que "os números são bons, embora continue sendo uma situação muito séria".
"Não veremos qual é o seu estado neurológico até que ele acorde - se ele acordar. Condição grave significa que é uma situação em que alguém pode morrer. As mudanças para pior podem ser repentinas", ressaltou o médico, que acrescentou que a ideia é tentar manter o paciente estabilizado. "O próximo passo é tentar estabilizá-lo na próxima semana. Se as coisas correrem bem, poderá ser acordado e reavaliado", completou.
Histórico
Zanardi, duas vezes campeão na Cart, soma quatro medalhas de ouro paralímpicas. Competiu na Fórmula 1 entre 1991 e 1994, depois indo para o automobilismo norte-americano, onde foi campeão na Cart em 1997 e 1998, regressando no ano seguinte para a F-1.
Em 2001, um grave acidente em corrida de Cart na Alemanha o fez perder as duas pernas. O italiano ainda seguiria envolvido no automobilismo, mas aos poucos passou a se concentrar no esporte paralímpico. E faturou dois ouros em Londres-2012 e outros dois no Rio-2016. Nesse momento, se preparava para disputar, em novembro, a prova do Campeonato Italiano de GT, pela BMW.