Apenas sete dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro incluíram cláusulas contratuais específicas para punir casos e atos de racismo. Entre eles o Ceará entra como representante do futebol estadual. A informação é do portal Globo Esporte.
No levantamento, realizado com questionamentos aos 20 clubes que compõem a Série A, apenas Bragantino, Bahia, Ceará, Corinthians, Internacional, Palmeiras e Cuiabá afirmaram ter dispositivos no contrato para combater e punir formas de discriminação como racismo ou xenofobia e homofobia.
Outras equipes como Flamengo, Fluminense, Grêmio, Santos e Juventude disseram ter incluído cláusulas para prevenir atitudes que violassem o código de conduta próprio, mas não houve especificação sobre atos de discriminação racial ou outros tipos.
Já o Atlético-GO afirmou não ter cláusulas desse tipo, enquanto que o Atlético-MG disse que não conseguiria participar do levantamento.
América-MG, Athletico-PR, Chapecoense, Fortaleza, Sport e São Paulo não responderam às questões enviadas.
Multa ou demissão
O Bahia, um dos primeiros clubes a divulgar a inclusão da cláusula antirracista em contratos, prevê multa ou até demissão por justa causa. A iniciativa foi criada após um jogador do elenco, Índio Ramirez, ser acusado por Gerson, hoje atuando no futebol francês, de injúria racial durante uma partida da Série A do ano passado.
À reportagem do Globo Esporte, o vice-presidente do Bahia, Vitor Ferraz, afirmou que o clube tinha regras amplas, mas o caso envolvendo Gerson e Ramirez chamou a atenção.
"Nos chamou a atenção para implementarmos uma cláusula prevendo a possibilidade de punição mais rigorosa a qualquer funcionário incluindo os atletas, em caso de adoção de ações preconceituosas. Seja preconceito racial, por orientação sexual, ou religiosa. Isso totalmente de acordo com o que o Bahia acredita", disse.