Black Friday 2014 supera 2013 e bate os R$ 535 milhões

No total, mais de 1,3 milhão de transações foram realizadas, o que representou um tíquete médio de R$ 398,02

Escrito por Redação ,
Legenda: Além do e-commerce, a Black Friday também aconteceu em estabelecimentos físicos de redes varejistas. No Iguatemi, o Extra ficou lotado de consumidores

A Black Friday, tradicional data de descontos do varejo, teve início às 22h da última quinta-feira e encerrou-se às 23h59 de ontem em várias lojas virtuais e físicas do Brasil. O evento movimentou R$ 535 milhões no e-commerce até as 22h (horário de Brasília), de acordo com a ClearSale, empresa especializada na prevenção e detecção de fraudes do comércio eletrônico. A movimentação financeira já era, inclusive, maior que a registrada na edição do ano passado, que foi de R$ 424 milhões.

No total, foram realizadas 1.345.048 transações durante o período, o que representou um tíquete médio de R$ 398,02 por compra. Até às 18h de ontem, a ClearSale apontava os eletrônicos como os produtos mais procura pelos consumidores, com 42,2% de participação, seguidos pela categoria esporte e lazer (com 15%), informática (10,9%), viagens (10,6%) e moda, que contava com uma participação de 7,3% nas buscas.

Apesar de terem sido ofertados vários produtos com preços convidativos, a maquiagem nos valores e ofertas de descontos acima dos anunciados, mais uma vez, foi um problema encontrados pelo consumidor, que utilizou as redes sociais dos varejistas participantes da Black Friday para reclamar.

"Há semanas que tenho olhado um tirador de miolo de maçã do Jaime Oliver, custando R$ 59", comentou a internauta Carolina Ferreira, ao se deparar com o preço do produto em "promoção": de R$ 65 por R$ 59. "Estão enganando os consumidores", avaliou. "Há 2 semanas comprei um jogo de panelas por R$260. Hoje ele está R$480,00 e com 14% desconto. Parem de comprar", alertou a internauta Andréa Scherer.

Problemas nos sites

Usuários também encontraram dificuldades em concluir compras e acessar vários sites do varejo eletrônico. O Submarino, por exemplo, alegou que a alta procura estava causando instabilidade em seu site, gerando reclamações de usuários. "Não consigo efetuar a compra. Fiz inúmeras tentativas. Vou desistir! Deveria ser considerado propaganda enganosa", reclamou a internauta Suzan Damian. "Estava desde as 21h30 (da última quinta-feira) tentando finalizar uma compra. Quando deu 0h, desisti. Às 6h tentei novamente e até agora não consegui! É brincadeira o que estão fazendo", disse Nanda Campos, nas redes sociais.

Prazos de entrega

O site Reclame Aqui também constatou que o prazo de entrega para compras realizadas na Black Friday chegava a 50 dias, prejudicando quem quis antecipar as compras de Natal, tendo em vista que os produtos poderiam só chegar no ano seguinte. Consumidores ainda relataram ao site que lojas estavam limitando as condições de pagamento a crédito, debito ou boleto.

O endereço eletrônico recebeu ontem mais de 3 mil reclamações referentes à Black Friday e elaborou um ranking das lojas sobre as quais foram detectadas as maiores quantidades de queixas. Até as 21h34 de ontem (de Brasília), a Americanas.Com liderou as reclamações (1.068), seguida pelo Submarino (950) e pela livraria, editora e loja virtual da Saraiva (623).

Lojas físicas

Além do e-commerce, a Black Friday também aconteceu em estabelecimentos físicos de redes varejistas. As mais de mil lojas de Casas Bahia e Pontofrio de todo o Brasil disponibilizaram ofertas distribuídas em várias categorias, incluindo produtos de telefonia, eletroportáteis, TVs, informática, som leve e móveis. Nas 736 do Magazine Luiza, também foram ofertados descontos.

Todos os estabelecimentos do Extra abriram às 22h da quinta-feira e funcionaram durante a madrugada. Na loja localizada no bairro Montese, um público de 3 mil pessoas esgotou o estoque de Smart TVs com apenas 20 minutos do início da ação.

Natal antecipado: shoppings ampliam fluxo em até 24%

Consumidores lotaram os shoppings em toda a Cidade para garimpar promoções na Black Friday. Em relação ao ano passado, o evento teve um incremento de público médio de 20%. Alguns estabelecimentos de Fortaleza receberam, apenas ontem, em torno de 90 mil pessoas. Muita gente aproveitou a data para antecipar as compras de Natal.

No Iguatemi, a sexta-feira foi de intensa movimentação de clientes e boas vendas, superando as expectativas, segundo o gerente geral do shopping, Luiz Carlos Queiroz. "Por conta da Black Friday, nosso fluxo de clientes é 24% superior ao da última sexta-feira de novembro de 2013. Isso significa 90 mil pessoas no Iguatemi. E como as lojas vão esticar os descontos por todo o fim de semana, estamos projetando crescimento também de fluxo no sábado e no domingo. Deveremos crescer cerca de 15%, algo em torno de 80 mil a 85 mil pessoas em cada um dos dois dias visitando o shopping", adianta Queiroz.

Segundo o superintendente do Shopping Parangaba, Leonardo Franco, a adesão do mall à Black Friday também resultou numa movimentação acima da expectativa. "Estávamos esperando um fluxo duas vezes maior e, no entanto, fomos surpreendidos com o triplo. Durante o dia de hoje já passaram cerca de 90 mil pessoas no Shopping Parangaba em busca dos descontos da megapromoção, estima.

No North Shopping Jóquei, ontem, até a hora do almoço, mais de 18 mil pessoas já tinham entrado para conferir as ofertas no centro de compras. A expectativa do empreendimento é que neste final de semana, o shopping tenha um aumento de 15% no fluxo de pessoas e de 25% nas vendas, já que os descontos da Black Friday serão estendidos no North Shopping Jóquei até domingo, dia 30.

No Shopping Benfica o fluxo alto de clientes motivados pela Black Friday pôde ser conferido também nos estacionamentos, que ficaram lotados, como também as lojas. A superintendente Marcirlene Pinheiro acredita no aumento de 45% no fluxo, em comparação a outras sextas-feiras, e estima um crescimento de 18 a 20% em comparação ao ano passado. "A cada ano, é perceptível que as redes investem mais, de modo intenso, no Black Friday. O resultado são as campanhas realizadas este ano por grandes varejistas, como Americanas, Magazine Luiza, Colombo e First Class", exemplifica.

RioMar

Recém inaugurado, o Shopping RioMar Fortaleza teve cerca de 60% de suas lojas participando da Black Friday na sexta-feira. As marcas ofereceram descontos variados em seus produtos, chegando até 75%. O centro comercial não divulgou o fluxo de pessoas que circularam no local na data. Porém, estima que houve um aumento de 15% a 20% na movimentação de visitantes em relação a uma sexta-feira comum. Algumas lojas do RioMar Fortaleza estão aderindo a Black Wekeend e estenderão suas promoções até amanhã.

Destinos turísticos preferidos ficam de fora

São Paulo. O site Kayak, que compara preços de viagens, realizou um levantamento nos últimos cinco dias e concluiu que a variação de preços verificada nesta Black Friday ficou dentro do esperado de uma semana comum, sem uma campanha de ofertas como a realizada ontem.

A pesquisa levou em conta os cinco principais destinos nacionais (São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Recife) e internacionais (Miami, Nova York, Orlando, Los Angeles e Paris) dos brasileiros.

Muitos ofertas receberam descontos pouco expressivos. Os voos para os dias 20 e 31 de dezembro para Miami, por exemplo, custavam R$ 3.737 na segunda (24). O valor caiu apenas 2,5% nesta sexta, para R$ 3.643. Os descontos mais significativos, que variaram de 15,3% a 30,6%, foram aplicados a apenas quatro dos dez voos pesquisados, incluindo viagens para Miami e Los Angeles.

Mais caros

Em contrapartida, voos para o Rio de Janeiro, para os dias 20 a 31 de dezembro, estavam mais caros nesta sexta (R$ 242) do que na terça (R$ 180). Voos para Orlando para o mesmo período, também encareceram: foram de R$ 3.914, na segunda, para R$ 4.252, nesta sexta.

A Kayak diz que as companhias áreas estipularam suas próprias regras para participar da Black Friday. A Gol, por exemplo, reservou apenas dez assentos de cada voo para a data. A grande demanda passou a sensação de que as promoções não existiram.

Proteste constata problemas online

Dificuldades para acessar alguns sites e finalizar a compra, exigência de cadastro anterior para acesso à promoção, prazo de entrega demorado e descontos abaixo do que os anunciados foram algumas das dificuldades enfrentadas pelos consumidores que quiseram aproveitar os preços do Black Friday, ontem.

Foi o que constatou a Proteste Associação de Consumidores, que monitorou preços de equipamentos eletroeletrônicos e de ofertas enviadas por e-mail pelas lojas online, desde julho, e hoje comparou com os que estavam nos sites dos lojistas participantes da Black Friday.

Conforme a Proteste não foram detectados abusos como em anos anteriores, em que a promoção chegou a ser apelidada de Black Fraude. Havia realmente descontos convidativos, mas a associação alerta para se evitar o consumismo e o comprometimento do orçamento com a aquisição de produtos supérfluos.

Ceará

Em Fortaleza (CE), o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE) não registrou nenhum descumprimento em relação as ofertas prometidas para a data. "As ofertas estão sendo cumpridas e não verificamos problemas nem em relação à precificação", informou Virgínia Gurgel Matos, técnica que apurou o resultado da operação de fiscalização do órgão em lojas físicas da Capital. Conforme a chefe de Fiscalização do Decon-CE, Auri Castelo Branco, "algumas autuações ocorreram durante a blitz, mas foram todas por questões documentais", diz.

Também não foram registradas reclamações por consumidores durante todo o dia no órgão.

ClearSale evitou  R$ 1,8 mi em fraudes

São Paulo. Na quinta edição da Black Friday no Brasil, a ClearSale, empresa especializada em prevenção e detecção de fraude para diversos segmentos de mercado, evitou, até a noite de ontem, R$ 1,8 milhões em fraudes no comércio eletrônico. No período, foram realizadas 1.345.048 transações, o que representa um tíquete médio de R$ 398,02 por compra.

Maiores ofertas

Os setores de casa e decoração e vestuário foram os que anunciaram maiores descontos aos consumidores virtuais na Black Friday. A avaliação é de um levantamento feito pelo site CupoNation, que distribui cupons para compras no comércio eletrônico. A empresa rastreou descontos anunciados de 10 mil produtos em dez categorias - a companhia tem cerca de 2.500 lojas cadastradas.

Segundo a pesquisa, os produtos para a casa têm oferta média de 50%, assim como os de vestuário, seguidos pelos esportivos (46%). O setor que apresenta maior tíquete médio é o de viagens (R$ 1.365).

Murilo Viana
Repórter

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