Ele foi o primeiro negro a jogar futebol profissionalmente no Brasil
Arthur Friedenreich, o primeiro negro a jogar futebol profissionalmente no Brasil, é o homenageado do Google nesta terça-feira (18), data em que nasceu, em 1982. Um "doodle" — versão divertida da logo do site de buscas — foi criado para aguçar a curiosidade dos internautas sobre o esportista paulista, filho de pai imigrante alemão e mãe afro-brasileira.
Friedenreich nasceu apenas quatro anos após a abolição da escravatura no Brasil, quando o futebol era majoritariamente jogado por brancos.
Ele só conseguiu se desenvolver no esporte, aliás, por causa do pai, que era branco e tinha uma conexão com um clube de futebol para imigrantes alemães. Sua estreia no futebol pelo SC Germânia foi aos 17 anos.
Com a oportunidade de se mostrar em campo, logo conquistou o público com suas habilidades de dribles. Depois de passar por alguns clubes, ele se tornou o artilheiro da liga de São Paulo, com 16 gols.
Friedenreich começou a jogar pela seleção brasileira em 1914 e, em sua partida de estreia, sofreu uma lesão e perdeu seus dois dentes da frente, mas decidiu seguir o jogo mesmo assim e, por isso, ganhou o apelido de "El Tigre".
Nos anos seguintes, ele jogou 23 partidas pela seleção e se tornou o primeiro jogador a marcar um hat-trick (três gols em um único jogo) na Copa América.
Embora as pontuações não fossem meticulosamente registradas à época, estima-se que ele tenha marcado 1.329 gols em toda a sua vida, o que o tornaria o maior artilheiro de todos os tempos no futebol.
Ser um excelente jogador, porém, não poupou Friedenreich de sofrer preconceito. Tanto que ele chegou a alisar o cabelo e empoar a própria pele antes dos jogos pela seleção para "parecer mais europeu".
Mas, o esforço do jogador para clarear a pele não foi suficiente para a Argentina, cujas autoridades declararam que apenas jogadores brancos poderiam disputar a Copa América de 1921. Segundo o Google, esse episódio é amplamente considerado como um marco que levou muitas pessoas a pensarem sobre discriminação racial no esporte.