'Xapa Xana': grupo criminoso é preso no DF por venda de lubrificante vaginal de cannabis

Operação Aruanda, encabeçada pela Polícia Civil, tinha como alvo grupo suspeito de produzir, vender e até prescrever diversos produtos produzidos com substância ilegal no Brasil

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(Atualizado às 09:31)
Óleo lubrificante era comercializado em todo o Brasil
Legenda: Óleo lubrificante era comercializado em todo o Brasil
Foto: reprodução/Polícia Civil do DF

Um grupo suspeito de prescrever derivados da maconha e vender lubrificante conhecido como "Xapa Xana" foi preso em operação da Polícia Federal do Distrito Federal na última terça-feira (24). Segundo o portal G1, os traficantes chegaram a vender frascos do óleo, ilegal no Brasil, por cerca de R$ 929.

O produto era considerado o carro-chefe da organização criminosa, que o produzia utilizando como base o tetrahidrocanabinol, o THC. A venda ocorria por meio dos Correios, que chegou a auxiliar a Polícia no andamento da operação, denominada de Aruanda. 

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Entre as promessas, o "Xapa Xana" era comercializado como um produto capaz de promover orgasmos múltiplos, torpor e até mesmo um suposto tratamento da região íntima.

"Especializado para a região íntima rico em canabinoides. Ao aplicar diretamente na vagina, outros neurotransmissores são ativados e liberados no nosso corpo, em especial o óxido nítrico", afirmava uma das propagandas divulgadas pelo grupo criminoso. 

A propaganda também descrevia o "Xapa Xana" como responsável por estimular a área íntima, tratando fissuras e ressecamento vaginal, por exemplo. "Nosso lub das deusas, perfeito e sem defeitos. É feito com flores da cannabis orgânica", completava a descrição no site. 

Outros crimes

mesa com itens apreendidos pela polícia civil do distrito federal, incluindo xapa xana
Legenda: Itens apreendidos foram apresentados pela Polícia Civil do DF
Foto: Divulgação

Além da venda do lubrificante, o grupo é acusado de realizar anamnese, indicar posologia, praticar curandeirismo e exercício ilegal da medicina. Os produtos eram produzidos em um laboratório de Pirenópolis (GO), onde também eram fabricados comestíveis à base de cogumelos (psilocibina) alucinógenos e maconha. 

A investigação aponta que os produtos não possuíam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a comercialização ocorria em todo o Brasil, mas com foco no Distrito Federal.

Animais também eram alvo do grupo criminoso, que chegou a prescrever substâncias para animais de estimação e enviava as drogas para uma médica veterinária no DF. Brownies e chocolates para consumo humano também estavam na cartela de produtos vendidos. 

Dois mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Anápolis (GO), Pirenópolis (GO) e no Distrito Federal. Dois investigados foram presos em flagrante. 

"Os envolvidos responderão por crimes como exercício ilegal da medicina, curandeirismo, charlatanismo, tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico e disseminação de espécies que possam causar danos ao meio ambiente, podendo pegar até 39 anos de reclusão", apontou a PCDF, em nota. 

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