Operação Leite Compensado, no RS, prende químico conhecido como 'Alquimista' e 'Mago do Leite'

Cinco pessoas foram presas em operação contra suspeitos de adulterar produtos lácteos de fábrica na Região Metropolitana de Porto Alegre

Escrito por
Sérgio Alberto Seewald
Legenda: Segundo o MP, Sérgio é suspeito de fazer a fórmula química utilizada para mascarar a adulteração dos produtos
Foto: Divulgação MP

O Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou uma operação, nesta quarta-feira (11), contra a adulteração de produtos lácteos para disfarçar a má qualidade em uma fábrica da Dielat em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 

Cinco pessoas foram presas na operação, batizada de Leite Compensado, e que consta em sua 13ª fase. Entre os detidos está o químico industrial Sérgio Alberto Seewald, conhecido como "Alquimista" e "Mago do Leite". 

Segundo a investigação, os envolvidos adicionavam soda cáustica e água oxigenada em produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos. As substâncias são perigosas à saúde e usadas para reprocessar produtos vencidos e recuperar itens deteriorados. 

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De acordo com o MP, Sérgio é suspeito de fazer a fórmula química utilizada para mascarar a adulteração e evitar que ela fosse descoberta pelos fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Em 2005, ele foi absolvido em um caso similar. Já em 2014, foi alvo de uma investigação por práticas semelhantes em outra indústria de laticínios, localizada em Imigrante, no Vale do Taquari. Conforme o MP, o químico estava impedido de atuar no setor e deveria utilizar uma tornozeleira eletrônica.

Conforme o Ministério Público, os produtos da Dielat têm ampla distribuição no Brasil e são exportados para a Venezuela. A empresa já venceu licitações para fornecer laticínios a escolas e a outros órgãos públicos.

Também foram presos preventivamente um sócio-proprietário da empresa, Antonio Ricardo Colombo Sader; o diretor, Tales Bardo Laurindo; e um supervisor, Gustavo Lauck. Uma mulher foi presa em flagrante, após ter dito a funcionários para apagarem possíveis provas. O nome dela não foi divulgado. 

Empresa suspende atividades

Em nota, a Dielat manifestou "surpresa diante da divulgação de infundadas suspeitas sobre a regularidade de sua atuação industrial e dos produtos por ela comercializados". A empresa interrompeu temporariamente as atividades até o fim das investigações.

A defesa de Sérgio Alberto Seewald afirma que "ele não possui relação formal ou informal com a empresa Dielat", alvo das investigações. Segundo o advogado Nicholas Horn, "trata-se de uma criação de fatos por parte do Ministério Público, que não enseja a verdade". 

 

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