Vítimas do incêndio que atingiu fábrica de fantasias no RJ recebem alta

Pacientes estavam internados há 13 dias no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV)

Escrito por
Paulo Roberto Maciel* paulo.maciel@svm.com.br
Vítimas do incêndio que atingiu fábrica de fantasias no RJ recebem alta
Legenda: Vítimas citam momentos de confusão e pânico durante o incêndio
Foto: Divulgação/HEGV

Quatro vítimas do incêndio que atingiu uma fábrica de confecção no Rio de Janeiro receberam alta nessa terça-feira (25). Elas estavam internadas há 13 dias no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV). Outros dois pacientes ainda seguem internados, mas estão fora de perigo.

Uma das vítimas relembrou os momentos de pânico no local. "Eu me lembro que eu estava num banheiro tomando banho e eu escutei só falar: fogo. Aí eu só falei assim: deve ser sacanagem. Quando eu abri a porta, eu só vi fumaça preta”, comentou Kitimá Rege, que trabalhava na fábrica há apenas três dias antes do incidente.

Outra paciente, Luciana de Medeiros Oliveira, estava no terceiro andar quando o incêndio começou. "Ouvi muitos gritos e vi tudo coberto de fumaça. Saí pela janela e machuquei meu pé". Ela recebeu alta usando um gesso, mas não precisou de cirurgia ortopédica.

Vítimas do incêndio que atingiu fábrica de fantasias no RJ recebem alta
Legenda: O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro abriu uma apuração preliminar sobre as condições de trabalho na fábrica
Foto: Divulgação/HEGV

Apesar das quase duas semanas de recuperação, Kitimá afirma que reuniu forças para superar o momento difícil ao pensar na neta de três anos. "Eu só quero olhar para a carinha dela. Eu já vi minha mãe e minha filha, mas tudo o que eu enfrentei foi para ver ela", disse, emocionada.

Luciana também expressou o desejo de reencontrar a família, em especial o netinho: “Ah, com certeza chegar em casa e ver meu neto. Meu neto, meu primeiro neto que eu tenho. É isso que eu quero fazer, abraçar minha família, meus vizinhos, né?”, finalizou.

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Relembre o caso

A fábrica atingida pelo fogo foi a Maximus Confecções. O incidente aconteceu no dia 12 de fevereiro e ao todo nove pessoas ficaram feridas. Uma das vítimas, Rodrigo de Oliveira, não resistiu aos ferimentos e faleceu no HEGV no dia 16 de fevereiro.

A fábrica operava em ritmo acelerado para entregar fantasias de carnaval, e funcionários realizavam turnos na madrugada e até dormiam nas instalações. O prédio não tinha autorização do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro para funcionar, e foi interditado pela Defesa Civil após a ocorrência.

O presidente da Liga RJ, Hugo Júnior, responsável pelas agremiações da Série Ouro que desfilam na Marquês de Sapucaí, confirmou que todas as fantasias que estavam sendo produzidas no local foram perdidas, prejudicando as escolas Unidos de Bangu, Império Serrano e Unidos da Ponte.

*Sob supervisão do editor Felipe Mesquita

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