Maus-tratos em escola infantil em SP: veja o que se sabe sobre o caso
Crianças sofrem punições, humilhações e agressões por parte dos donos do estabelecimento de ensino
Uma série de denúncias de maus-tratos a alunos dentro de escola particular, na zona Sul de São Paulo, está sendo investigada pela Polícia Civil de São Paulo. Os dois proprietários do estabelecimento de ensino são considerados foragidos após a Justiça determinar a prisão temporária.
Pais de alunos e ex-professores registrarem boletins de ocorrência. Os casos foram revelados após uma das professoras da unidade testemunhar cenas de maus-tratos e humilhações e conseguir gravar, escondida, as violências.
Com as provas, ela procurou mães de alunos e foi até a delegacia do bairro, no último domingo (18), registrar boletim de ocorrência.
No B.O, a educadora relatou punições, humilhações e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia conforme as expectativas dos donos da escola. Um dos registros feitos por ela mostra um menino amarrado pela própria blusa a um pilastre, dentro da sala de aula.
"Até em questão de xixi elas eram punidas, de ficar o dia inteiro com as necessidades na roupa, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo", contou ao G1 a professora Anny Garcia Junqueira, que fez a denúncia.
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Registros das violências
A TV Globo teve acesso a alguns dos registros das violências sofridas pelas crianças. Um deles mostra um dos estudantes sendo humilhado na frente dos colegas por deixar escapar urina na roupa.
Outro mostra uma mulher, identificada como dona da escola, gritando para que uma menina de um ano de idade guarde seus brinquedos. "Fiquei horrorizada. Chorei, chorei e não podia acreditar que acontecia isso", disse a mãe da criança.
Além disso, uma mensagem de áudio enviada aos pais por uma ex-professora da escola denunciou que uma criança chegou a vomitar após ser forçada a comer toda a fruta da merenda.
Investigação
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), três boletins de ocorrência sobre o caso foram registrados, no total.
Por isso, o 6º Distrito Policial solicitou à Justiça a prisão temporária dos dois proprietários da instituição, bem como mandados de busca e apreensão. "Já ouvimos 12 mães e os relatos são muito parecidos: seus filhos apresentam mudança de comportamento, estão assustados, com medo de ficar no escuro e até comendo demais porque não estariam sendo alimentados na escola", disse ao Metrópoles delegado da unidade, Fábio Daré.
O caso segue em investigação.