Homens mortos em Varginha têm relação com assaltos a bancos de outros estados, diz polícia

Os 25 suspeitos que faleceram em confronto com a polícia mineira podem ter atuado em ataques de Santa Catarina e São Paulo

Escrito por Redação , pais@svm.com.br
assalto varginha Minas Gerais
Legenda: Operação das forças de segurança apreenderam 26 armas após tiroteio com o bando
Foto: Divulgação/Polícia Militar

Os 25 homens suspeitos de integrarem uma organização criminosa de roubos a bancos que morreram nesse domingo (31), na zona rural de Varginha, em Minas Gerais, têm relação com ataques a instituições financeiras de Uberaba (MG), Araçatuba (SP) e Criciúma (SC). A informação foi confirmada pelo comandante do Batalhão de Operações Especias (Bope), tenente-coronel Rodolfo César Morotti Fernandes.

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"Eu acredito pela assinatura, pelo planejamento deles, que possa ser a mesma quadrilha que tenha operado em Uberaba (MG), Criciúma (SC) e Araçatuba (SP), pela quantidade de agentes, veículos utilizados", afirma.

O comandante pondera ainda que a quadrilha planejava uma ofensiva contra um centro de distribuição de valores do Banco do Brasil, em Varginha, com o mesmo modus operandi do assalto de Araçatuba.

"Um aspecto que chama atenção é que na ocorrência de Araçatuba, os veículos foram pintados de preto e o comboio era feito com os pisca alertas ligados. Um dos veículos nessa ação, ele já estava sendo pintado com tinta preto. Foram encontrados em um sítio vários sprays de tinta preta, ou seja, muito parecido com a última ação", detalha.

O novo assalto ao banco foi frustrado pelo Bope em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) após o serviço de inteligência de Minas Gerais receber informações sobre movimentações estranhas em Varginha desde a manhã do último sábado (30).

Segundo o inspetor da PRF, Aristides Júnior, a ideia da operação era efetuar a prisão dos criminosos, que reagiram a abordagem policial e "partiram para o confronto". "Infelizmente 25 criminosos acabaram perdendo a vida, mas eu prefiro que eles percam a vida do que alguns dos nossos policiais".

Danos evitados

Caso a ação não tivesse sido antecipada, o inspetor estima que os prejuízos na cidade de Varginha seriam "desastrosos" tendo em vista o forte armamento utilizado pelos criminosos. Foram apreendidas 26 armas, que incluem um ponto 50, fuzis e granadas, dois adaptadores, 5.059 munições e  116 carregadores.

"É uma ação de guerra. Eles utilizaram armamentos de guerra, que derrubam até aeronaves, muita gasolina, explosivos, ou seja, a ideia era fazer uma grande ação aqui em Varginha ou na região e que poderia ter números desastrosos, como já presenciamos em operações anteriores", pontua. 

Além do armamento, as forças de segurança localizaram ainda capacetes à prova de balas, explosivos, 12 coletes balísticos, sete rádios comunicadores, 12 galões de gasolina de 18 litros cada e quatro galões de diesel de 100 litros cada. Ao menos 12 carros roubados que estavam em posse do bando foram recuperados.

Confronto

As trocas de tiros ocorreram em duas abordagens diferentes. Na primeira, 18 suspeitos morreram em uma chácara, após supostamente atacarem policiais. Na segunda ofensiva, também em uma chácara, outra parte da quadrilha estaria se escondendo. Houve nova troca de tiros. Desta vez, sete suspeitos morreram. 

"A gente quer evitar a todo momento confronto, não vamos aqui comemorar nenhuma morte, isso não é intenção da Polícia Militar de Minas Gerais nem da Polícia Rodoviária Federal, mas sim, uma ação precisa da nossa inteligência, trabalho conjunto da inteligência da PRF. Ações como essa sempre serão pautadas pela legalidade, a gente só fez aqui responder à altura aquele risco que nossos policiais sofreram", disse a capitão da PM, Layla Brunnela. 

 

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