Cardume com mais de 100 tubarões é registrado no Rio de Janeiro e biólogos explicam comportamento

O local exato não foi divulgado para proteger a espécie ameaçada de extinção

Escrito por Redação ,
Legenda: Instituto usou drones para registrar e contabilizar animais
Foto: Reprodução/IMU

O Instituto Mar Urbano registrou um cardume com 105 tubarões da espécie Carecharhinus brevipinna, conhecida como galha-preta, na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, na última semana. Os animais estão ameaçados de extinção e devem ser monitorados por 30 meses em pesquisa científica. As informações são do jornal O Globo.

Ricardo Gomes, diretor da instituição, informou que os tubarões são inofensivos e a presença dos animais é, na verdade, motivo para se comemorar devido à importância ambiental.

“Aparecer um grupo de tubarões tão grande, tão perto da nossa cidade é um fato para a gente comemorar. A gente quase exterminou os tubarões do nosso litoral”, destacou.

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O especialista cita a relevância de pesquisar e criar estratégias de preservação da espécie no Rio de Janeiro.

“O primeiro passo é conhecer, fazer um estudo, entender esses animais e divulgar isso para fazer as pessoas entenderem e se apaixonarem pela beleza e fazer com que tenham vontade de lutar por eles”, conclui.

Projeto

O diretor frequenta o espaço onde os tubarões estavam há 3 anos, mas os detalhes não são divulgados para proteger a espécie. A organização realiza um projeto nomeado de #tubarõesdaBIG, que atua em três frentes: 

  • Determinar áreas e épocas de concentração das espécies de tubarões na Baía da Ilha Grande
  • Diálogo com as comunidades de pesca artesanal para entender a dinâmica da pesca
  • Educação e conscientização públicas sobre a proteção dessas espécies ameaçadas

Não há uma explicação sobre a presença do tubarão-galha-preta na Baía da Ilha Grande e isso reforça a importância da pesquisa. Os cientistas usaram um drone para fazer as imagens e contabilizar o número de tubarões.

“No mesmo frame de vídeo, conseguimos filmar 105 tubarões, acredito até que tenham mais. Todos na faixa de 2 metros de comprimento. Nós estamos no início do projeto, que começou em janeiro, e serão 30 meses de pesquisa”, frisou Ricardo.

“Inofensivos”

Marcelo Szpilman, biólogo marinho autor do livro "Tubarões no Brasil", contextualiza que a espécie se alimenta apenas de outros peixes e os ataques a humanos são raros.

“Essa é uma espécie absolutamente inofensiva, posso dizer que nos últimos 200 anos, possa ter havido dois incidentes com esse tipo de tubarão. Não há registro de ataques”, reforçou.

Szpilman analisa que não é normal um cardume desse tamanho. “Existem várias possibilidades, como para fins de reprodução, pode ser que haja uma fonte alimentação naquela região”, concluiu.

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