Arnaldo Jabor marcou o jornalismo brasileiro com opiniões polêmicas; relembre principais frases

Desde os anos 1990, Arnaldo fazia participações com comentários políticos em programas da TV Globo

Escrito por Raísa Azevedo , raisa.azevedo@svm.com.br
Arnaldo Jabor
Legenda: Sem papas na língua, Arnaldo se tornou conhecido por emitir fortes opiniões
Foto: Reprodução/TV Globo

O jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, que faleceu nesta terça-feira (15) aos 81 anos, vítima de complicações de um AVC, marcou a história do jornalismo brasileiro por seus comentários ácidos e polêmicos.

Desde os anos 1990, Arnaldo fazia participações com comentários políticos em programas da TV Globo como "Jornal Nacional", "Bom Dia Brasil", "Jornal Hoje", "Fantástico" e, por último, no "Jornal da Globo".

Relembre principais polêmicas de Arnaldo Jabor

Críticas a Jair Bolsonaro

Sem papas na língua, Arnaldo se tornou conhecido por emitir fortes opiniões. Uma das polêmicas mais comentadas envolveu o presidente Jair Bolsonaro. Em 2020, o chefe do Executivo fez uma insinuação sexual durante uma entrevista e afirmou que a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, queria "dar o furo" a "qualquer preço". 

Sobre o caso, durante participação no "Jornal da Globo", Jabor afirmou que o presidente teria um "problema sexual".

Há um aspecto importante que não vem sendo analisado: o problema sexual do presidente. Dele e de seu entorno. Vocês já repararam como o tema homem e mulher era tratado por Bolsonaro desde antes de ele ser eleito? Só se fala em sexo
Arnaldo Jabor
Jornalista

Ele ainda chegou a soltar outras alfinetadas ao presidente. "Bolsonaro já brigou com uma deputada a quem 'não estupraria', já disse no ar que gastava dinheiro em Brasília 'comendo gente', além de ser muito estranha sua fixação de atacar a homossexualidade", comentou.

Jabor ainda fez mais comentários sobre o ataque à jornalista. "Esse último ataque é um tiro pra abater dois inimigos: a sexualidade e o jornalismo, a quem dá bananas diárias na porta do palácio. Mas, por trás de tudo isso, está o verdadeiro inimigo: a democracia", disse ele, que termina chamando a vida política de "perversa". Relembre:

Em 2019, Jabor também havia feito outras críticas ao governo Bolsonaro, a quem acusou de "nepotismo explícito", proibido pela Constituição Federal. Ele também disse que as propostas do presidente eram "medíocres, irrelevantes e ridículas".

Comentário polêmico sobre aumento da passagem de ônibus

Durante participação no Jornal Nacional, em 2013, Arnaldo chamou os protestos ocorridos em São Paulo, contra o aumento das tarifas de ônibus, de "ignorância política". Ele chegou a afirmar que os R$ 0,20 - aumento da tarifa proposta pelos empresários - não fariam falta aos filhos da classe média, aos quais ele atribuiu a autoria da manifestação.

Nas redes sociais, os internautas fizeram diversas críticas ao discurso de Jabor. Por conta da repercussão, o jornalista tentou amenizar a situação ao se retratar em sua coluna na rádio CBN. Ele assumiu o erro e mudou o discurso, dizendo que os protestos foram elevados a uma condição de "força política original".

Arnaldo Jabor
Legenda: Arnaldo dedicou a vida ao cinema, à literatura e ao jornalismo
Foto: Divulgação

"Canalhas" da Câmara

Em 2007, o então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, chegou a declarar que iria reavaliar a decisão de processar o jornalista Arnaldo Jabor, "caso o comentarista da CBN volte atrás e esclareça melhor suas declarações". 

Em rede nacional, Jabor ironizou os gastos com combustível declarados por deputados, a quem chamou de "canalhas". Ele pediu ainda a prisão dos parlamentares de forma genérica.

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