Após ofensas e ameaça com chicotada, funcionário negro deve receber R$ 40 mil de empresa

Sentença ocorre contra a fabricante de embalagens Zaraplast

Escrito por Redação ,
Racismo
Legenda: Caso de racismo ocorreu dentro do ambiente de trabalho
Foto: Shutterstock

Um funcionário negro foi vítima de racismo em uma das unidades da fabricante de embalagens Zaraplast, em São Paulo. O caso aconteceu em 2019, quando um profissional superior proferiu ofensas e ameaçou dar "chicotadas" no operário da fábrica. No dia 23 de janeiro, a juíza Mariana Nascimento Ferreira, da 67ª Vara do Trabalho, determinou que a empresa deve pagar R$ 40 mil devido às violações de direitos fundamentais. 

"É imprescindível que o ser humano trabalhador seja respeitado em sua dignidade também no ambiente de trabalho, sob pena de indenização por violação a seus direitos fundamentais vinculados à sua honra e moral".
Mariana Nascimento Ferreira
Juíza

Além do pagamento, ainda exigiu que o funcionário recebesse um adicional de periculosidade pelo local onde o trabalho era exercido e o pagamento de adicional noturno e horas extras. No entanto, a Zaraplast ainda pode recorrer judicialmente. As informações são do Uol.

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Caso de racismo

O suspeito da injúria racial teria pedido que a vítima retirasse chicletes grudados no chão com a justificativa de que a "raça (dele) aguenta". Após isso, chegou a ameçar com "chicotadas".

Aos risos, teria perguntado: "Deixa eu dar uma chicotada nas suas costas?". O operário perguntou o porquê, recebendo como resposta que "você aguenta! Preto aguenta chicotada". Depois da ofensa, voltou a rir das falas. 

Apesar de ter denunciado a ocorrência no setor de recursos humanos da empresa, nenhuma atitude foi tomada diante do caso. Pelo contrário, o autor dos ataques começou a chamá-lo de "alemão", em tom de deboche.

Empresa nega acusações

Diante das acusações, a empresa nega o ocorrido, apontando que os dois não trabalham no mesmo local e que, durante o período dos ataques, o operário atuava no turno do dia, enquanto o assediador trabalhava de noite. 

Porém, uma testemunha deu relato endossando as acusações: "(O autor dos ataques) era responsável por toda a operação noturna; que trabalhava no mesmo andar, mas em setor diferente do autor."

 

 

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