Tripulação conseguiu salvar 379 pessoas de acidente de avião no Japão; veja como aconteceu
Os tripulantes do voo colocaram em prática de forma assertiva o que é passado durante o treinamento rigoroso da aviação
A tripulação do avião da Japan Airlines, que pegou fogo após colidir com uma aeronave comercial na pista do Aeroporto Internacional Haneda de Tóquio, conseguiu salvar 379 passageiros do acidente, ocorrido nesta terça-feira (2).
De acordo com especialistas em aviação ouvidos pela rede BBC, deixar as malas e os objetos de valor para trás foi um fator determinante para a rápida e bem-sucedida retirada de todas as pessoas a bordo, pouco antes de a aeronave pegar fogo.
Na ocasião, os tripulantes do voo colocaram em prática de forma assertiva o que é passado durante o treinamento rigoroso da aviação. Além disso, os passageiros seguiram os protocolos de segurança, facilitando o trabalho da tripulação.
"Não vejo um único passageiro em terra, em nenhum dos vídeos que vi, que tenha a bagagem de mão consigo. Se as pessoas tentassem levar a bagagem de cabine, isso seria muito perigoso porque atrasaria a evacuação", diz o professor Ed Galea, diretor do Grupo de Engenharia de Segurança contra Incêndios da Universidade de Greenwich, na Inglaterra.
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Conforme a Japan Airlines, o sistema de comunicação interna da aeronave apresentou defeitos durante a retirada dos passageiros, mas os tripulantes conseguiram transmitir instruções com o auxílio de um megafone e por meio de gritos.
Em entrevista à BBC, uma ex-comissária de bordo da Japan Airlines disse que os passageiros do voo comercial tiveram "uma sorte incrível". Segundo ela, é um desafio fazer com que os passageiros não entrem em pânico em uma situação de emergência real.
"Mas o que eles conseguiram é mais difícil do que se pode imaginar. O fato de terem feito com que todos escapassem é resultado de uma boa coordenação entre a tripulação e os passageiros", avaliou.
Treinamento rigoroso de tripulantes
A ex-comissária de voo afirma que todos os tripulantes da Japan Airlines passam por um treinamento rigoroso de até três semanas sobre evacuação de passageiros e resgate antes de serem autorizados a atuar em voos comerciais. O procedimento é aplicado todos os anos.
"Passamos por prova escrita, discussão de estudos de caso e treinamento prático em diversos cenários, como quando o avião precisa fazer um pouso na água ou se há incêndio a bordo. Todos os funcionários participam desse treinamento", explicou.
O avião da Guarda Costeira estava sendo preparado para voar para a província de Ishikawa para entregar suprimentos após o devastador terremoto de segunda-feira (1º), que matou pelo menos 48 pessoas.