Líder da oposição na Venezuela agradece Lula por apontar gravidade em exclusão de candidata
Eleições presidenciais do país estão marcadas para ocorrer em 28 de julho
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter classificado como "grave" a exclusão da candidatura do grupo adversário de Nicolás Maduro para concorrer às eleições presidenciais no país.
Na Venezuela, a oposição escolheu, por meio de prévias, um nome para enfrentar Maduro na eleição deste ano, prevista para ocorrer em 28 de julho. Ele deve disputar o terceiro mandato. A vencedora das prévias foi Corina Yoris, aliada de María Corina e ex-deputada do país. Ela obteve 93% da preferência oposicionista.
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No entanto, Corina Yoris foi considerada inelegível pela Justiça venezuelana e não poderá sair como candidata na disputa. As informações são do G1.
Para a líder da oposição, "não há razões política nem jurídicas que impedem Corina Yoris de ser candidata".
Além de Lula, María Corina agradeceu ao presidente da França, Emmanuel Macron, e ao da Colômbia, Gustavo Petro, "por suas posições nas últimas horas em que afirmam que a nossa luta é justa e democrática".
Agradezco a los presidentes @EmmanuelMacron, @LulaOficial y @petrogustavo por sus posiciones en las últimas horas que reafirman que nuestra lucha es justa y democrática.
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) March 29, 2024
Mientras vemos cómo la preocupación internacional se incrementa, hago un llamado para que los líderes…
Agradezco a los presidentes @EmmanuelMacron, @LulaOficial y @petrogustavo por sus posiciones en las últimas horas que reafirman que nuestra lucha es justa y democrática.
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) March 29, 2024
Mientras vemos cómo la preocupación internacional se incrementa, hago un llamado para que los líderes…
"Enquanto vemos como a preocupação internacional aumenta, faço um chamado para que os líderes democráticos do mundo se unam aos esforços dos presidentes e governos em exigir que o regime de Nicolás Maduro permita a inscrição de Corina Yoris como candidata nas próximas eleições presidenciais", afirmou María Corina por meio do X (antigo Twitter).
Entenda o caso
A Venezuela realiza uma eleição presidencial no país neste ano em meio à desconfiança internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres no país. Em outubro do ano passado, o governo Maduro assinou o acordo de Barbados com a oposição, que determinava eleições democráticas no país, com garantias para que os candidatos competissem igualmente.
Todavia, a inabilitação de Corina Yoris para a disputa levantou suspeição sobre o governo de Maduro e se o acordo de Barbados será cumprido. Ela foi considerada inelegível pela Controladoria Geral da Venezuela sob acusações de corrupção durante seu mandato de deputada, entre 2011 e 2014. Yoris nega, mas a decisão da Controladoria acabou sendo validada pela Justiça da Venezuela em janeiro deste ano.
Todavia, como as inscrições dos candidatos foram até 25 de março, ela ainda tentava se cadastrar — o que não foi possível. As coligações, porém, podem mudar os candidatos até o dia 20 de abril.
Com isso, Yoris foi posta fora do páreo. Com a decisão, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro emitiu nota, no dia 26 deste mês, alegando que o impedimento do registro de Yoris como candidata "não é compatível com o acordo de Barbados". O Brasil foi um dos apoiadores do tratado.
"O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial", acrescentou a nota do ministério.
No mesmo dia, o governo de Nicolás Maduro reagiu.
"O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância sobre a realidade política na Venezuela", disse por meio de nota.
Lula, por sua vez, declarou recentemente que ficou surpreso com a proibição.
"É grave que a candidata não possa ter sido registrada", afirmou quando questionado sobre o assunto.