Eleição na Venezuela é discutida por chanceleres do Brasil e da Colômbia

Tensão política no país e supostas ameaças de Nicolás Maduro causam preocupação internacional

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
foto de comício na venezuela a favor de Maduro
Legenda: Eleição na Venezuela ocorre nesta semana, em meio a tensões
Foto: Raul ARBOLEDA / AFP

A eleição presidencial na Venezuela será debatida nesta quinta-feira (25) pelo ministro das Relações Exteriores Mauro Viera e o chanceler da Colômbia Luis Gilberto Murillo. A situação do país vizinho preocupa as nações por conta de tensões políticas em solo venezuelano, que entrou na semana eleitoral. 

Nicolás Maduro tem dito que haverá um banho de sangue na Venezuela caso ele perca o pleito para Edmundo González, seu adversário. Entretanto, ele disse que reconhecerá o resultado da eleição. 

A reunião de chanceleres do Brasil e da Colômbia acontece pois Murillo está no país para uma reunião do G-20, e aproveitou para pedir uma audiência com Vieira. 

Os dois países ajudaram nas negociações do Acordo de Barbos em 2023, onde representantes de Maduro da oposição concordaram que a eleição venezuelana deve ser "livre, transparente, justa e com resultado aceito por todos". 

Na semana passada, María Corina Machado, principal liderança da oposição na Venezuela, disse em entrevista ao jornal O Globo que não haverá vingança ou revanchismo no pleito. 

Nesta semana, Maduro lançou críticas aos sistemas eleitorais do Brasil, Estados Unidos e Colômbia durante um comício na noite de terça-feira (23). Sem provas, ele afirmou que no Brasil não há auditoria das atas eleitorais. Comentário foi feito em meio a troca de farpas entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante semana de eleições da Venezuela. 

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Pressão internacional 

As falas de Maduro sobre "um banho de sangue" causaram preocupação internacional. O presidente do Chile, Gabriel Boric, pediu nesta quinta eleições "transparentes, competitivas e sujeitas à observação internacional".

"Concordo e apoio as declarações de Lula de que aqui não podemos ameaçar nenhum ponto de vista com banhos de sangue, o que os líderes e candidatos recebem são banhos de votos", disse o presidente em entrevista coletiva com o chanceler Alberto van Klaveren.

"Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.

"O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", declarou Lula durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília. "Quem se assustou que tome um chá de camomila", respondeu Maduro, embora sem mencionar Lula.

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