Juíza é afastada do julgamento de suspeito do caso Madeleine por ter pedido morte de Bolsonaro
Advogado do alemão Christian Brueckner revelou que magistrada teria feito postagens nas redes sociais incitando o assassinato do ex-presidente brasileiro
O julgamento do suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, o alemão Christian Brueckner — acusado de cometer crimes sexuais contra mulheres e crianças em Portugal — começou nesta sexta-feira (16), em Brunsvique, Alemanha, mas foi imediatamente adiado. A decisão foi motivada pelo afastamento de uma dos juízes do caso, acusada de postar mensagens nas redes sociais em que pedia o assassinato do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL).
Segundo os tabloides britânicos The Mirror e Daily Mail, o advogado do réu, Sebastian Fülscher, iniciou a sessão tentando desqualificar a magistrada Britta Thielen-Donckel — que compunha a equipe de juízes leigos —, dizendo que ela pediu a morte do antigo representante do Poder Executivo do Brasil.
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Na ocasião, ele leu trechos de algumas postagens, de suposta autoria da juíza, em que ela citava falas como "mate o bastardo!" e "mate o diabo", referindo-se à Bolsonaro. O representante da defesa do alemão classificou os comentários como "radicais" e disse que a juíza seria inadequada para participar do julgamento.
Após suspender a audiência, por cerca de 40 minutos, para considerar o argumento do advogado, a juíza principal, Christina Engelmann, decidiu remover Thielen-Donckel da ação, indicando uma vitória antecipada para a equipe de defesa de Brueckner. Em seguida, o tribunal foi imediatamente adiado até a próxima sexta-feira (23). Neste período, as autoridades buscarão um juiz leigo substituto.
Primeira aparição pública do suspeito
Apesar do adiamento, o início do julgamento proporcionou a primeira aparição pública do alemão, desde que foi ligado ao caso do desaparecimento de Madeleine McCann, em 2020. O homem de 46 anos nega qualquer envolvimento no caso da menina britânica e nunca foi realmente indiciado pelo crime.
Madeleine tinha três anos quando foi sequestrada em um resort no Algarve, em 3 de maio de 2007. Ela é filha de pais britânicos e estava dormindo com os irmãos no quarto do hotel quando desapareceu. A principal suspeita é de que a menina tenha sido sequestrada por Bruckner, que está preso por outros crimes.
A atual ação julga a acusação de outros cinco crimes supostamente praticados por ele, entre os anos 2000 e 2017, em Portugal. São eles:
- Estupro de uma mulher não identificada, com idade entre 70 e 80 anos, na casa de férias da vítima, entre 2000 e 2006;
- Violação de uma menina, de cerca de 14 anos, na casa dela, na Praia da Luz, entre 2000 e 2006;
- Estupro de uma jovem após entrar em seu apartamento em 2004;
- Abuso sexual de uma criança numa praia em 2007;
- Abuso sexual de uma criança em um playground em 2017.