Governo ucraniano alerta sobre última chance de fugir da guerra: 'não hesitem em partir'

Governo mobiliza retirada de moradores antes que a situação se agrave ainda mais no leste da Ucrânia

Escrito por Diário do Nordeste e AFP ,
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Legenda: Um membro do exército ucraniano olha para dentro de um carro com buracos de bala no para-brisa em uma estrada perto de Buda-Babynetska, ao norte de Kiev, em 5 de abril de 2022, dias após as forças russas se retirarem da área
Foto: ONALDO SCHEMIDT / AFP

43 dias sob guerra, a população ucraniana foi advertida pelas autoridades que os próximos dias representarão a "última chance" de fugir do leste da Ucrânia, onde a situação está mais crítica, antes que a Rússia inicie uma grande ofensiva na região. O governo está retirando os moradores de ônibus. 

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"Os próximos dias são, talvez, a última oportunidade de fugir", afirmou no Facebook o governador Serguii Gaidai, ao informar que os russos "estão cortando todas as vias possíveis de saída".

"Não hesitem em partir", insistiu, depois de escrever no aplicativo Telegram que as autoridades "não permitirão uma segunda Mariupol", em referência à cidade portuária do sul da Ucrânia, cercada e destruída pelo exército russo desde o fim de fevereiro.

Situação "piora" no leste da Ucrânia 
 

A situação nas cidades de Roubijne e Popasna, que ficam na região de Lugansk, leste do país, "piora", afirmou o governador. "As retiradas são complicadas e não há um hospital da região que esteja intacto".

"Vamos levar as pessoas em ônibus até o último dia, até que os russos iniciem a ofensiva", disse.

As autoridades ucranianas pedem aos habitantes desta região do país que abandonem a área o mais rápido possível, porque no caso de uma grande ofensiva militar russa, os civis "ficarão expostos à morte".

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A Rússia afirmou que está reorganizando as tropas para concentrar seus esforços na "libertação" do Donbass, a região do leste da Ucrânia onde separatistas pró-Moscou enfrentam as forças militares da Ucrânia desde 2014.
 

Rússia faz manobra para impedir informações sobre a guerra no Google 
 

O regulador russo das telecomunicações anunciou, nesta quinta-feira (7), a proibição do Google de fazer publicidade na Rússia e acusou sua plataforma YouTube de divulgar informações falsas sobre as forças russas na Ucrânia.

Moscou lançou uma repressão em todos os níveis para impedir a divulgação de informações que não correspondam à linha oficial. 

Hoje, a divulgação de informações que desacreditem o Exército russo pode levar a penas de até 15 anos de prisão.

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"O YouTube se tornou uma plataforma-chave para a divulgação de 'fake news' sobre a operação militar especial no território da Ucrânia, desacreditando as Forças Armadas russas", justifica a Roskomnadzor, que também critica o site de vídeos por publicar conteúdo de "extremistas" ucranianos. 

A agência reguladora também acusa o Google de censurar a mídia estatal russa, cujos canais do YouTube foram fechados.

Com isso, o Google não terá mais direito de "fazer publicidade do Google LLC" e de suas plataformas na Rússia. Além disso, os mecanismos de busca russos terão de indicar que o Google e suas afiliadas violam a lei russa quando se faz uma busca de seus nomes. 

Essas medidas são muito menos graves do que as tomadas contra outros gigantes da Internet por acusações similares. Facebook, Twitter e Instagram foram bloqueados na Rússia. 

 

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