Geneticista sueco conquista o Prêmio Nobel de Medicina 2022
Svante Pääbo é filho de Sune Bergström, vencedor do mesmo prêmio em 1982, e da química Karin Pääbo
O sueco Svante Pääbo conquistou, nesta segunda-feira (3), o Nobel de Medicina pelo sequenciamento completo do genoma dos neandertais e a fundação da paleogenética, que analisa o DNA de tempo remotos para decifrar os genes humanos. O prêmio inclui uma quantia de 10 milhões de coroas (cerca de 900 mil dólares).
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Nascido em Estocolmo, o geneticista mora em Leipzig, na Alemanha. O pai dele, Sune Bergström, venceu o prêmio Nobel de Medicina em 1982 por descobertas sobre os hormônios. Svante usa o sobrenome da mãe, a química estoniana Karin Pääbo.
"Ao revelar as diferenças genéticas que distinguem todos os seres humanos vivos dos hominídeos extintos, suas descobertas fornecem a base para explorar o que nos torna exclusivamente humanos", afirmou o Comitê Nobel.
Por causa do sequenciamento de um osso encontrado na Sibéria em 2008, Pääbo conseguiu revelar a existência de outro hominídeo diferente e desconhecido até então, o hominídeo de Denisova, que vivia na atual Rússia e na Ásia.
Pääbo descobriu em 2009 que 2% dos genes passaram destes hominídeos extintos para o Homo Sapiens. O fluxo antigo de genes para os humanos modernos tem um impacto fisiológico, por exemplo, na forma como o sistema imunológico responde às infecções.
Descoberta na pandemia
Recentemente, os trabalhos de Svante demonstraram que os pacientes de Covid-19 com um segmento de DNA de Neandertal, em particular na Europa e no sul da Ásia, possuem maior risco de sofrer complicações graves da doença.
"As diferenças genéticas entre o Homo Sapiens e nossos parentes mais próximos agora extintos não eram conhecidas até que foram identificadas graças ao trabalho de Pääbo", acrescentou.
Próximos anúncios
Ao longo desta semana, serão anunciados os prêmios de Física (terça-feira), Química (quarta-feira) e os mais esperados: Literatura (quinta-feira) e Paz (sexta-feira, em Oslo). O Nobel de Economia, a criação mais recente da premiação, fecha a temporada do Nobel na próxima segunda-feira (10).
Com a atribuição do 113º Nobel de Medicina, 226 indivíduos já receberam o prêmio desde sua criação, incluindo 12 mulheres. No ano passado, o prêmio foi atribuído aos americanos Ardem Patapoutian e David Julius por descobertas sobre a maneira como o sistema nervoso percebe a temperatura e o toque.