Nobel de Medicina premia trio por descobertas no sistema imune
Pesquisas dos cientistas podem possibilitar a criação de novos tratamentos para doenças autoimunes e câncer
Os cientistas americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguchi ganharam o Prêmio Nobel de Medicina, nesta segunda-feira (6), na Suécia, por esclarecerem como o sistema imunológico pode ser mantido sob controle.
As pesquisas do trio podem possibilitar a criação de novos tratamentos para doenças autoimunes e câncer, além de elevar as chances de sucesso em transplantes de órgãos.
Suas descobertas foram decisivas para nossa compreensão de como o sistema imunológico funciona e por que nem todos desenvolvemos doenças autoimunes graves."
Quem são os vencedores?
- Mary E. Brunkow: nascida em 1961, é doutora pela Universidade de Princeton, Princeton (EUA) e gerente Sênior de Programas no Instituto de Biologia de Sistemas, em Seattle (EUA).
- Fred Ramsdell: nascido em 1960, é doutor desde 1987 pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (EUA), além de consultor científico da Sonoma Biotherapeutics, em São Francisco (EUA).
- Shimon Sakaguchi: nascido em 1951, é médico desde 1976 e Ph.D. pela Universidade de Kyoto, Japão. É professor Emérito no Centro de Pesquisa de Fronteira em Imunologia, da Universidade de Osaka (Japão).
O que eles descobriram?
Formado por um conjunto de órgãos, tecidos e células, o sistema imunológico atua como uma espécie de barreira, combatendo a "entrada" de agentes patogênicos no organismo, como vírus, bactérias e fungos.
Todos os dias, esse mecanismo de proteção impede a invasão de milhares de microrganismos, que desenvolvem diferentes aparências, muitas delas semelhantes às células humanas, para enganar o corpo.
Para impedir que esses agentes infectem o organismo, o sistema age os atacando. No entanto, até então, os cientistas não entendiam como a barreira imunológica conseguia determinar o que devia atacar e defender.
No entanto, Mary Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi identificaram as células T reguladoras, que agem como "guardiões", impedindo que as células imunológicas ataquem o próprio corpo.
As pesquisas dos cientistas inauguraram o campo da tolerância periférica, abrindo caminho para o desenvolvimento de tratamentos para câncer e doenças autoimunes.
As descobertas ainda podem levar a transplantes de órgãos mais bem-sucedidos. Segundo o Nobel, vários desses tratamentos estão atualmente na fase de ensaios clínicos.
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Qual valor do Prêmio Nobel de Medicina?
Além do reconhecimento e do prestígio da premiação, os laureados recebem 11 milhões de coras suecas, equivalente a R$ 6,2 milhões, conforme a contação da última sexta-feira (3).
O valor deve ser dividido igualmente entre os ganhadores, logo, cada um recebe mais de R$ 2 milhões.