O Nobel Medicina premiou, nesta segunda-feira (2), os cientistas Katalin Karikó e Drew Weissman por suas pesquisas que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a Covid-19 em tempo recorde. Juntos, os pesquisadores conseguiram modificar o RNA mensageiro (RNAm), a partir de uma tecnologia revolucionária descoberta há mais de 15 anos, o que possibilitou a produção dos imunizantes a partir desse material sintético.
Antes da descoberta dos cientistas, as vacinas eram desenvolvidas com a origem de um agente infeccioso morto, que nosso organismo reconhecia como um corpo estranho e produzia uma resposta imunológica para prevenir a infecção.
Os cientistas "contribuíram para o desenvolvimento a um ritmo sem precedentes de uma vacina durante uma das maiores ameaças para a saúde da humanidade em tempos modernos", afirmou o júri ao conceder a premiação.
“O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2023 foi atribuído a Katalin Karikó e Drew Weissman pelas suas descobertas sobre modificações de bases de nucleosídeos que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes contra a COVID-19”, afirmou o órgão.
Além do reconhecimento, o prêmio concedeu aos pesquisadores o valor de 11 milhões de coroas suecas - cerca de R$ 5 milhões.
Karikó é natural da Hungria e especialista em bioquímica. Ela trabalha na farmacêutica BioNTech e é professora da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Já Weissman nasceu nos Estados Unidos e estudou imunologia e microbiologia durante a sua formação. Também atua na Universidade da Pensilvânia.
Temporada Nobel
A temporada do Nobel continuará na terça-feira (3) com o prêmio de Física e na quarta-feira (4) com a categoria Química. Na quinta-feira (5), será anunciado o vencedor do prêmio de Literatura. Entre os nomes apontados como favoritos estão a escritora russa Liudmila Ulítskaya, o escritor vanguardista chinês Can Xue e o ameaçado autor britânico Salman Rushdie.
Na sexta-feira (6), em Oslo, será revelado o Nobel da Paz. A lista de potenciais vencedores inclui as mulheres iranianas que protestam contra o uso obrigatório do véu desde a morte da jovem Mahsa Amini em setembro de 2022, os tribunais que investigam crimes de guerra cometidos na Ucrânia e ações contra a mudança climática.
Os prêmios serão entregues pelo rei da Suécia em uma cerimônia em Estocolmo, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel.