Nasa divulga fotos da galáxia espiral mais próxima da Terra; veja

Apesar de ser a mais próxima, a luz do sistema demora seis milhões de anos para chegar à superfície da Terra

Legenda: Galáxia faz parte do grupo de sistemas em espiral simples
Foto: Reprodução/NASA

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) divulgou uma nova imagem do sistema NGC 300, conhecido por ser a galáxia espiral mais próxima da Terra. A imagem foi tirada de um pequeno telescópio localizado em Rio Hurtado, no Chile.

De acordo com a agência, um dos motivos que fazem o sistema ser tão diferente é a quantidade de estrelas visíveis ao redor dele. Esses astros são descritos como azuis e brilhantes, e são aglomerados ao redor da profunda galáxia por meio da matéria escura.

A luz do NGC 300 leva cerca de seis milhões de anos para chegar até a superfície da Terra. Por ser espiral, essa galáxia possui aproximadamente 95 mil anos-luz de diâmetro, uma magnitude aparente de 8,1, uma declinação de -37º 41' 00" e uma ascensão reta de 00 horas, 54 minutos e 53,4 segundos.

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Embora a magnitude do sistema espiral seja expressiva, ele não está sozinho. Segundo a agência, o NGC 300 também interage com outra galáxia, a NGC 55. Ambas fazem parte do Grupo do Escultor, um grupo de sistemas perto do polo sul galático que está distante, aproximadamente, 12 trilhões de anos-luz da Via Láctea.

Como curiosidade, a Nasa informou que a foto levou mais de 20 horas para ser tirada. O resultado mostra um sistema que ocupa quase a mesma porção de céu que a Lua cheia, em comparação com a Terra.

Como é o formato das galáxias fora do Sistema Solar?

Fora do sistema de planetas e estrelas que comporta o planeta Terra, as galáxias que estão pelo espaço profundo possuem diferentes tipos e formatos. Na tentativa de catalogar essas diferenças, o cientista norte-americano Edwin Hubble propôs um sistema de classificação no livro "The Realm of the Nebulae", publicado em 1936.

Na classificação de Hubble, há três grandes tipos básicos de galáxias: elípticas, espirais e irregulares. As elípticas são chamadas por ele de "galáxias inicias" por supor que elas seriam mais antigas. Elas são redondas, quase sempre em formato oval e não possuem um bojo, nome para classificar a protuberância central desses sistemas.

Legenda: As galáxias elípticas gigantes são geralmente consideradas como o resultado de fusões de galáxias
Foto: Reprodução/NASA/STScI

Já as galáxias espirais, como a NGC 300 e a Via Láctea, possuem braços espiralados que giram em torno de um núcleo galáctico. O disco azul ao redor do centro amarelado é bem característico desse tipo de galáxia. Nelas, a atividade estelar é constante, com a formação de estrelas por conta própria.

Legenda: As espirais se diferenciam pelo tamanho do núcleo e a idade das estrelas
Foto: Reprodução/NASA/ESA/S. Beckwith/The Hubble Heritage Team/STScI/AURA

Em relação às espirais barradas, elas são basicamente o mesmo que as espirais comuns, porém com um diferencial que pode ser bem visível: possuem uma barra central de estrelas brilhantes. Isso faz com que elas tenham uma forma parecida a um sombreiro mexicano.

Legenda: Os braços em espiral dessas galáxias parecem surgir a partir das extremidades, em vez do núcleo
Foto: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/R. Hurt

Apesar de trabalhos científicos mais modernos fornecerem novas classificações às galáxias, os estudos de Hubble foram a base para as pesquisas na área e até hoje são utilizados para classificar estes sistemas ainda tão misteriosos.

*Sob a supervisão da jornalista Mariana Lazari