Governadores do Nordeste levam cobranças da região a Bolsonaro
No primeiro encontro do presidente somente com os gestores nordestinos, foram apresentadas demandas de economia, educação e obras. De acordo com os presentes, na ocasião, não se tratou sobre a retirada dos estados e municípios da reforma da Previdência que tramita no Congresso Nacional
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu aos governadores do Nordeste, nesta quinta-feira (9), que apresentará o chamado plano Mansueto ao Congresso na próxima semana. A informação foi dada pelo governador de Alagoas, Renan Filho. O programa permitirá aos estados ter mais crédito para pagar funcionários e fornecedores, entre outras despesas. O Governo Federal, no entanto, espera uma contrapartida dos entes federados com medidas de ajustes fiscais que possam reequilibrar as contas.
Os governadores do Ceará, Camilo Santana; de Pernambuco, Paulo Câmara; de Alagoas, Renan Filho; de Sergipe, Belivaldo Chagas; do Piauí, Wellington Dias; do Maranhão, Flávio Dino; da Paraíba, João Azevedo; do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e o vice-governador da Bahia, João Leão, participaram de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, e os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além do advogado-geral da União, Luiz de Almeida.
De acordo com os governadores, Guedes apresentará o texto do plano de recuperação dos Estados aos secretários estaduais de Fazenda primeiro e, depois, encaminhará a proposta ao Congresso. Na área da Educação, os governadores pediram a prorrogação e ampliação do Fundeb e cobraram também a revisão dos cortes em desfavor das universidades e institutos federais. O bloqueio geral de 30% da verba orçamentária das instituições de ensino deve impactar, em curto prazo, atividades de unidades no Ceará.
Cobrança
O governador cearense informou que, apesar de os gestores estaduais externarem preocupação com os cortes orçamentários nas instituições de ensino, o Governo Federal não apresentou uma solução imediata. "Estamos sendo cobrados pelos reitores, e a falta desses recursos vai impactar na manutenção e funcionamento dos institutos", disse Camilo Santana.
O grupo também pediu que o Governo retome as obras federais na região, especialmente as obras rodoviárias, de segurança hídrica e habitacional. "Pedimos para o Governo Federal definir qual é a capacidade de investimento em cada Estado para trabalhar as prioridades em cada Estado", afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias.
Questionados sobre se Bolsonaro pediu ajuda com votos para aprovar a proposta no Congresso, os gestores disseram não terem tratado diretamente do assunto. Segundo Camilo Santana, os governadores da região defendem a revisão de alguns pontos da proposta encaminhada ao Congresso. Para ele, os pontos mais caros tratam da mudança no BPC e na aposentadoria rural. "Essas duas propostas têm efeito muito forte na economia nordestina, por isso é importante o diálogo".