A divulgação e publicação do decreto que institui o isolamento rígido em Fortaleza, fato dia nesta quinta-feira (4), suscitou uma série de dúvidas dos cearenses, dentre as quais os motivos para os jogos de futebol (com a ressalva para o Campeonato Cearense na Capital) terem resistido aos bloqueios, mesmo não sendo serviços essenciais.
A justificativa número 1 foi de não deixar os times cearenses em situação de isolamento frente às outras equipes que disputam campeonatos nacionais ou regionais e que seguem liberadas para disputas de jogos.
O governador Camilo Santana (PT), em entrevista à repórter Kílvia Muniz, do Sistema Verdes Mares, destacou as motivações e espera que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicione quanto à realidade brasileira.
"Com relação aos jogos nacionais, essa decisão precisa ser tomada juntamente com a CBF. Acredito que vão suspender o campeonato nacional, por conta da crise que enfrentam todos os estados brasileiros. Mas eu não posso tomar a decisão individual, que prejudica os times cearenses que estão no campeonato nacional. Então nós estamos aguardando um diálogo com a CBF pra tomar decisão em relação aos jogos nacionais".
Outro argumento, este abertamente colocado pelas equipes, é que o jogo de futebol, especificamente dentro do estádio (mais especificamente dentro Castelão), é amplamente controlado e que as equipes adquiriram experiência para lidar com os eventos em meio à pandemia. Todos os jogadores e profissionais envolvidos nas equipes e arbitragem são testados a cada evento.
Com mais de 2 milhões de torcedores cada, Ceará e Fortaleza são elementos aglutinadores do público cearense. Paixão que se tornou ainda maior após a presença das duas equipes na Série A do Campeonato Brasileiro por três anos consecutivos juntos. O futebol está em alta no Ceará e também gera uma cadeia de empregos e arrecadações cada vez maiores.
Tendo em vista um novo momento de isolamento domiciliar, o futebol se associa às lives culturais como opções para as pessoas se concentrarem ainda mais em seus lares. Este foi um dos argumentos colocados pelo presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, em entrevista ao Diário do Nordeste nesta quinta-feira.
Há argumentos também contrários à liberação do futebol em cenário de pandemia. Um deles foi colocado pelo técnico Lisca, ex-Ceará, antes de jogo do América/MG pelo Campeonato Mineiro. Ele colocou as longas viagens de competições como Copa do Brasil como possíveis riscos para profissionais do futebol.
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