Uma goleada histórica, arrasadora e arrebatadora. Assim foi a vitória do Ceará por 4 a 0 sobre o Fortaleza, na noite desta quarta-feira (17), em um verdadero atropelo do Alvinegro na Arena Castelão. Vina foi um maestro em campo na noite desta quarta-feira (17). Com dois gols e atuação exuberante, foi o dono do jogo
Mas ele não jogou sozinho. Foi o regente de uma orquestra muito bem afinada e que teve uma grande atuação coletiva. A goleada é pesada não somente pelo placar, mas pela atuação. O Ceará foi muito melhor que o Fortaleza e o resultado consolida a ascensão do Alvinegro e, ao mesmo tempo, a instabilidade do Tricolor.
Nos útimos cinco jogos, o Vozão venceu quatro e perdeu um. Conquistou 12 dos 15 pontos disputados. Já o Leão perdeu quatro e empatou um, somando apenas um ponto no mesmo período. Não é mais apenas um período de oscilação, o Tricolor passa por algo mais que isso.
Além de resultados, as atuações das duas equipes neste recorte temporal corroboram ainda mais com a fase atual de cada um. O Ceará vem em uma evolução, enquanto o Fortaleza tem repetido desempenhos ruins e preocupantes justamente no momento que o campeonato vai afunilando.
O Ceará foi melhor do início ao fim. Na execução da proposta de jogo elaborada por Tiago Nunes, foi praticamente perfeito. Conseguiu demonstrar organização defensiva, boa ocupação de espaços e, ainda, intensidade com e sem a bola.
Tanto é que o primeiro gol nasce em uma roubada de bola no campo de ataque, quando a marcação está bem encaixada para dificultar a saída de bola do rival, Lima desarma Éderson e abre o placar em belo chute.
Mesmo com mais posse de bola, o Fortaleza não conseguia criar chances reais de gol. E justamente quando tinha maior volume de jogo, acabou sendo castigado em um contra-ataque de manual puxado por Fernando Sobral, que teve grande drible e assitência de Mendoza para conclusão perfeita de Vina, garantindo o 2 x 0 ainda antes do intervalo.
O segundo tempo foi no panorama esperado, na perspectiva de um Fortaleza que se lançou todo ao ataque, e até por isso teve mais posse de bola (65% x 35%), e de um Ceará organizado e aproveitando muito bem os espaços deixados pelo adversário. Dentro de cada proposta, o Alvinegro foi, novamente, bastante superior.
Tanto é que as chances mais cristalinas de gol foram do lado do Vovô. Mendoza (2x) e Yony González perderam gols claros dentro da área.
Coube a Vina marcar o 3º, em outro belo gol de jogada coletiva, coroando a grande atuação do camisa 29. E ainda teve tempo para Yony González fechar a goleada.
O time todo do Ceará jogou bem. Três dos quatro gols, aliás, nasceram em jogadas coletivas muito bem trabalhadas. Mas não tem como não destacar Vina, que foi o grande nome do jogo, que além dos gols criou várias situações de perigo ao adversário e acertou praticamente todas as ações ofensivas que tentou.
Ao lado dele, Lima, Fernando Sobral, Luiz Otávio e João Ricardo foram outros grandes destaques. Cada um exerceu sua função de forma impecável.
E, por fim, o contestado e criticado (muitas vezes com razão) Speed Mendoza foi outro grande nome. O colombiano já vem em evolução de atuação e teve a coroação do bom momento no clássico, com duas assistências e muitas outras boas jogadas.
Do lado do Fortaleza, fica a frustração e a decepção. Em uma partida desastrosa, em que nada deu certo, o time de Juan Pablo Vojvoda acumula um resultado extremamente pesado e vai precisar demonstrar maturidade e personalidade para reagir o mais rápido possível.
O preocupante é que o Tricolor perdeu de 4 a 0 e poderia ter sido mais, tamanha foi a vulnerabilidade com que se apresentou na Arena Castelão.
Uma partida de muitas lições aos leoninos.
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