Por que incorporar ESG?

Escrito por Nathalia De Biase ,
Nathalia De Biase é especialista em Direito Empresarial  e integrante da área de ESG de Martorelli Advogados
Legenda: Nathalia De Biase é especialista em Direito Empresarial e integrante da área de ESG de Martorelli Advogados

A necessidade de remodelar a forma como nos relacionamos com o mundo diante da pandemia também se aplica às empresas. Nesse cenário, os princípios ESG ganham força. Há quem pense ser onda passageira, mas os negócios e a sociedade já se beneficiam pela adoção de boas práticas ambientais, sociais e de governança. As empresas que o fazem se alinham a perfil específico: o das que querem permanecer no mercado nos médio e longo prazos. 

Apesar de não existir “marco civil” do tema, há normas que impõem diferentes graus de compliance ESG, e o mercado mostra que soluções com essa tônica agregam valor ao negócio: aumentam o valuation em M&A, valorizam ações, otimizam captação de investimentos e minimizam riscos de intervenções regulatórias e legais. 

A incorporação de ESG chama especial atenção no contexto dos mercados de investimento e de capitais. Esse fenômeno é observado, inclusive, na superação de fundos sustentáveis ​​em comparação aos tradicionais, e na redução do risco desse tipo investimento, segundo o Morgan Stanley Institute for Sustainable Investing (2020). De acordo, ainda, com pesquisa internacional da MSCI (2021), 55% dos investidores com mais de US$ 200 bi disseram aumentar investimentos em ESG e 76% mostram que empresas com altas classificações ESG têm melhor planejamento de continuidade.  

Essa visão é acompanhada no Brasil. O Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 apresentou (2005 a 2020) maior rentabilidade (+294,73%) e menor volatilidade (25,62%) do que a Ibovespa (+245,06% e 28,10%).  

Apesar das métricas serem importante ponto de atenção e validação, não há receita pronta. ESG é processo contínuo, que deve levar em consideração o DNA da empresa, estratégia, operação e nicho. Além disso, sob pena se serem apenas “jogada de marketing”, as práticas devem estar alinhadas ao core business, com um plano sólido coordenado por quem tem capacidade de manter o projeto.   

É indiscutível a importância da adesão de empresas a esses valores. É caminho para estar em consonância com as demandas do mercado e da sociedade. ESG é questão de futuro! 

Nathalia De Biase é especialista em Direito Empresarial  e integrante da área de ESG de Martorelli Advogados