Papa escolhe 20 novos cardeais

Escrito por Agência Brasil ,

Cidade do Vaticano. O papa Francisco nomeou 20 novos cardeais ontem, fazendo uma seleção que valorizou a diversidade geográfica na cúpula da Igreja Católica e seu crescimento em regiões como África e Ásia.

Entre os nomeados, 15 têm menos de 80 anos e assim se habilitam como cardeais eleitores - aqueles que elegerão o sucessor de Francisco no próximo conclave, a ser feito após morte ou eventual renúncia do papa.

Os novos cardeais eleitores vêm de 14 países, entre eles Etiópia, Tailândia, Vietnã, Mianmar, Tonga e Cabo Verde. Os três últimos países ganharam cardeais pela primeira vez em sua história. Só três países europeus estão na lista - Portugal, Espanha e Itália. Nenhum brasileiro foi nomeado. Em pronunciamento a fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que a nova leva de cardeais “mostra o elo inseparável entre a Igreja de Roma e as igrejas no mundo”. Com a seleção, o pontífice argentino deixou ainda mais clara sua visão da identidade da Igreja e de sua hierarquia.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que a escolha “confirma que o papa não se sente acorrentado” às sés cardinalícias. Segundo a tradição, as maiores cidades do mundo têm cardeais para liderá-las.

Apenas um dos 15 novos “príncipes da Igreja”, como são conhecidos os cardeais, é proveniente da Cúria, a administração central do Vaticano. 

Em diversas ocasiões o papa tem afirmado que a Igreja deve chegar àqueles que estão “à margem”. No entanto, apesar do tom de diversidade da escolha do papa, a Itália segue líder em número de cardeais (26), seguida pelos EUA, com 11.

Francisco também quebrou a tradição que limita a 120 o número de cardeais eleitores - com a nova lista, eles são agora 125. É a segunda vez que o pontífice nomeias cardeais, tendo selecionado outros 19 há um ano. Com as nomeações deste domingo, ele se torna o responsável pela escolha de um quarto dos eleitores do próximo papa.

Os novos cardeais serão empossados em uma cerimônia conhecida como consistório em 14 de fevereiro. Em seu discurso, Francisco disse que nos dias anteriores ao encontro ele reunirá todos os cardeais para “refletir sobre as orientações e propostas para a reforma da Cúria”.