O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que tanto o Sport quanto o Ceará, além da Polícia Militar de Pernambuco e a Federação Pernambucana de Futebol, se reúnam em até 24 horas para discutir a viabilidade da realização do jogo entre as equipes com "absoluta segurança.". Os times se enfrentam no dia 10 de abril, em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Nordeste, na Arena Pernambuco. O Alvinegro havia se manifestado sobre o tema.
A ordem do STJD é uma resposta à Federação Cearense de Futebol (FCF), que pediu a revogação do efeito suspensivo concedido ao Leão da Ilha, que foi condenado pelo ataque criminoso de torcedores do time pernambucano ao ônibus do Fortaleza, em fevereiro. O Sport foi punido com oito jogos de portões fechados, mas teve a pena suspensa após entrar com recurso no próprio tribunal.
Além de Sport e Ceará, foram intimados a participar da reunião a Federação Pernambucana de Futebol, Política Militar (PE), além da Procuradoria do STJD. Em um trecho do despacho, o Auditor do Pleno do tribunal, Felipe Bevilacqua de Souza, explica que a FCF "traz relevante preocupação com a segurança do clube e torcedores em geral, tendo em vista não só o gravíssimo fato ocorrido recentemente com os atletas e delegação do Fortaleza, mas também com o histórico de violência com as equipes daquele estado."
O Auditor pede que a reunião seja realizada em até 24 horas. Assim, clubes, Federação Pernambucana e PM-CE devem se manifestar sobre a "viabilidade da realização da partida com absoluta segurança", destacou em trecho do documento.
RECURSO
O Sport tem atuado com torcida após efeito suspensivo conseguido no STJD e o julgamento do recurso solicitado pelo clube será no dia dia 9 de abril, um dia antes do jogo contra o Ceará. O recurso será julgado pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). No 1º julgamento, o Sport foi punido com oito jogos de portões fechados e entrou com um recurso.
CEARÁ NO PROCESSO
Em contato com o departamento jurídico do Ceará, o Diário do Nordeste apurou que o clube entrou, ainda na segunda-feira, como terceiro interessado no processo e já com posicionamento sobre as condições de segurança da partida. O time de Porangabuçu entende que o histórico da rivalidade e a escalada na violência já são pontos a serem levados em conta.
Em trecho do documento enviado ao STJD, antes da resolução nova, os advogados do Ceará lembram o confronto na Arena Castelão pelo primeiro jogo da final da Copa do Nordeste de 2023. Naquela ocasião, os torcedores do rubro-negro pernambucano iniciaram um duelo nas arquibancadas.
"A rivalidade regional entre Ceará e Sport se escalou para um verdadeiro achaque à civilidade, às leis e ao princípio basilar do desporto: a comunhão humana pela prática do esporte. Se o ódio de alguns torcedores do Sport em Pernambuco, conforme externado contra torcedores do Ceará e atletas do Fortaleza vão a julgamento, as vítimas e quem pode ser afetado possuem justo motivo para participarem do referido julgamento. Portanto, o Ceará requer a sua habilitação conforme terceiro interessado e sua liberação nos autos para a participação de estilo", finaliza petição assinada pelo jurídico do Ceará.
A petição do clube alvinegro é assinada por Fred Bandeira e Ranieri Mena Barreto, que representam o departamento jurídico do Ceará Sporting Club. O clube irá se reunir com a Federação Cearense de Futebol (FCF) nesta terça-feira para avaliar o posicionamento na nova decisão do STJD.
