Quem é o Capital-DF? Conheça o time que tirou Paulinho Kobayashi e vários jogadores do Ferroviário

Equipe do Distrito Federal vai disputar somente o campeonato estadual em 2024

Legenda: Entrada do Centro de Treinamento do Capital, em Paranoá, no Distrito Federal.
Foto: Gustavo Roquette / Capital CF

Na manhã desta última quinta-feira (21), o treinador Paulinho Kobayashi anunciou sua saída do comando técnico do Ferroviário após a conquista do título da Série D de 2023. Como antecipado pelo Diário do Nordeste, o ex-comandante coral vai treinar o Capital-DF, time de Brasília, que disputa a primeira divisão do Campeonato Candango na próxima temporada.

O Tubarão da Barra chegou a tentar uma renovação contratual com o treinador, oferecendo o dobro do salário que ele recebia, mas não obteve êxito, já que o clube do Distrito Federal acenou com uma proposta ainda maior. Além de Kobayashi, mais seis atletas também devem compor a equipe brasiliense no próximo ano, dentre eles, o atacante Deizinho, que inclusive já segue o perfil oficial do time nas redes sociais.

Diante disso, o Diário do Nordeste conversou, de forma exclusiva, com Godofredo Gonçalves, presidente do Capital-DF e traz um pouco sobre a história da equipe candanga pra você. Confira abaixo:

CONHEÇA O CAPITAL

O Capital Clube de Futebol S/C Ltda foi fundado em 05 de julho de 2005 e, atualmente, tem sua sede em Paranoá, uma região administrativa do Distrito Federal. Desde 2019, a equipe disputa a primeira divisão do Campeonato Candango. Hoje, o time é um clube empresa, gerido no modelo de SAF pelo proprietário Godofredo Gonçalves, que também é o presidente. 

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Legenda: Godofredo Gonçalves (direita) é quem comanda o Capital.
Foto: Gustavo Roquette / Capital CF

Porém, em seu início, a entidade aproveitou toda a estrutura da Sociedade Esportiva Maringá, time que foi hexacampeão amador de Brasília e havia disputado o Campeonato Candango profissional da segunda divisão em 2004. 

O Capital também manteve as cores azul celeste, branco e preto, que já eram utilizadas pelo Maringá como forma de homenagem às seleções nacionais do Uruguai e Argentina. O mascote da equipe é uma coruja.

Logo em seu primeiro ano como equipe profissional, o Corujão, como é conhecido, foi campeão da segunda divisão estadual e subiu para a Série A. No entanto, na primeira participação na elite, em 2006, o time não foi bem e acabou sendo rebaixado depois de não obter nenhuma vitória e conquistar apenas quatro pontos. No ano seguinte, o clube teve outro rebaixamento, desta vez para a terceira divisão estadual. Após dois anos de disputa na “terceirinha”, o Capital foi campeão, em 2009, e retornou para a segunda divisão. 

PARCERIAS

Em agosto de 2011, o Capital fechou uma parceria com o Cristalina Atlético Clube de Goiás e passou a se chamar Capital/Cristalina. A união foi rápida e durou apenas os últimos meses do ano em que foi fechada. Em 2012, a Coruja voltou à elite em virtude de uma mudança na fórmula de disputa da primeira divisão, que passou de oito para 12 times participantes. Nos dois primeiros anos, 2012 e 2013, o time terminou na 7ª posição. Já em 2014, foi rebaixado após terminar em 11º lugar. 

Anos depois, em 2017, o Capital realizou outra parceria. Após ser incluído na segunda divisão por uma liminar da justiça, a equipe fechou acordo com o Clube Desportivo Futebol Universidade de Brasília e passou a se chamar Capital/UnB. O grupo de atletas e a comissão técnica, que foram formados apenas por estudantes da universidade pública, levaram o time ao oitavo lugar, conquistando uma vitória em cinco jogos. 

Em 2018, o clube foi campeão invicto da segunda divisão. Sob o comando do jovem técnico Hugo Almeida, de apenas 24 anos, o Capital bateu o Taguatinga nos pênaltis e levou o título. Desde o retorno à elite em 2019, a Coruja vem se mantendo na principal divisão do Campeonato Candango. Em 2023, o time fez a sua melhor campanha e terminou na quarta colocação, depois de ser eliminado pelo Brasiliense nas semifinais. 

ALTO INVESTIMENTO EM BUSCA DO CENÁRIO NACIONAL

Em 2024, um dos objetivos do Capital é lutar pelo título do Campeonato Candango e garantir calendário a nível nacional para o ano de 2025. Para isso, o clube investiu alto na contratação de Paulinho Kobayashi, que terá carta branca para montar um elenco forte e competitivo. Kobayashi se apresenta ao time candango somente em novembro, quando inicia os trabalhos de pré-temporada com o restante da equipe. A principal fonte de receita da instituição vem de uma empresa de mineração de Brasília e busca tornar o clube relevante no futebol brasileiro.

"A gente tem a visão do mercado do futebol como um mercado atrativo em Brasília. O financiamento hoje vem pela JA Mineração, empresa de mineração de Brasília. O investimento é para tornar a capital do país um centro atrativo no esporte, principalmente no futebol. A gente vislumbra ter o time no cenário nacional e nas principais divisões do Brasil nos próximos 5, 10 anos. A ideia é que, com o resultado esportivo, a gente traga ainda mais investimentos e patrocinadores. Hoje, a gente já tem o apoio do BRB (Banco de Brasília), uma boa receita de sócio-torcedor, mas, atingindo esses resultados, a gente espera aumentar ainda mais a quantidade de receita por meio dos torcedores e atrair mais investimento de patrocinadores para transformar a capital do país em um centro do esporte. O Brasil é referência mundial em futebol, maior campeão de Copas do Mundo, só que é o único país, dentre os principais, que não tem um time da capital na primeira divisão do campeonato nacional. Em um curto espaço de tempo, queremos estar na Série D, C e quem sabe, no futuro, na Série A", disse o presidente Godofredo Gonçalves em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste.

Para buscar esse feito, a direção da equipe tricolor também contratou o executivo de futebol Gustavo Cartaxo, que estava no Náutico e, recentemente, participou da campanha de ascensão do ABC, que saiu da Série D para a Série B do Brasileirão. Em entrevista ao site DF Esportes, o executivo afirmou que o nome de Kobayashi possui o perfil desejado pelo clube e agradou a diretoria.

“Estávamos à procura de um técnico moderno da nova geração de treinadores brasileiros. O Paulinho se encaixa perfeitamente em nosso planejamento. Ele descansa agora após o título da Série D, mas já estamos em contato para montar o plantel da próxima temporada. A partir da próxima semana, já teremos alguma novidade. Qualquer boato é pura especulação, uma vez que ainda não há acertos com ninguém”, disse.

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Legenda: Gustavo Cartaxo (centro da imagem) será o responsável pela montagem do elenco de 2024 do ambicioso projeto da equipe candanga.
Foto: Gustavo Roquette / Capital CF

A equipe já contou com alguns nomes renomados em temporadas passadas, como o goleiro Felipe, em 2023, o técnico Vilson Taddei, em 2022, e o ex-jogador Marcelinho Carioca, em 2019, no cargo de diretor de futebol. Para 2024, um dos primeiros reforços que deve pintar na equipe é o atacante Wallace Pernambucano, ídolo do América-RN, que já trabalhou com o próprio Kobayashi na equipe potiguar, em 2020.

INVESTIMENTO ESTRUTURAL E NAS CATEGORIAS DE BASE

Além do futebol profissional, o Capital também investe bastante nas categorias de base. A equipe sub-20 do clube foi finalista do estadual da categoria em 2023 e garantiu presença na Copa São Paulo de Futebol Júnior para o ano que vem.

Os projetos sociais estão em destaque na Coruja, já que o clube disponibiliza aulas de futebol para cerca de 1200 alunos que praticam o esporte de forma gratuita no Centro de Formação de Atletas do Capital.

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Legenda: Projeto social da equipe atende cerca de 1200 crianças.
Foto: Gustavo Roquette / Capital CF

O avanço estrutural também faz parte dos planos principais da diretoria, que arrendou o Estádio JK, na região do Paranoá, próximo ao centro de Brasília, e revitalizou toda a praça esportiva que tem capacidade para oito mil pessoas. A praça esportiva, inclusive, teve a maior média de público do Campeonato Candango de 2023, com 1875 torcedores por partida.

Anexo ao estádio, fica localizado o Centro de Treinamento da equipe. O Complexo JK conta com dois campos auxiliares de grama natural, um campo com grama sintética e um ginásio poliesportivo. 

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