Portal argentino comparou a evolução do tricolor com a história do conto da Disney
O Fortaleza vive momento de ascensão. Vice-campeão da Série C em 2017, campeão da Série B em 2018, campeão do Campeonato Cearense e Copa do Nordeste em 2019, além de vaga na Sul-Americana, o Tricolor do Pici vive o maior crescimento de sua história centenária. Na última terça-feira (17), o time comandado pelo técnico Rogério Ceni conheceu seu adversário na disputa sul-americana:Independiente da Argentina. Em publicação no Diário Olé, a evolução do Tricolor do Pici foi comparada à história do conto de fadas de Cindelera. Uma moça filha de um comerciante rico, mas, que após o falecimento de seu pai, passou a ser maltratada por sua madastra e "irmãs", que a transformaram em serviçal.
Algo bastante simbólico tendo em vista que tanto a princesa dos contos da Disney quanto o Tricolor do Pici conseguiram sair de algo que, para muitos, era o fundo do poço e chegar ao topo em suas narrativas.
"Fortaleza atravessou um curioso caminho para entrar na América do Sul para disputar o que será 'O jogo mais importante de sua história', registrado nas redes sociais do próprio clube. Seu treinador é o lendário Rogério Ceni, o ex-goleador que é um símbolo de São Paulo (embora como técnico tenha tido um passo fraco). Com ele no banco, o rival do Rojo conseguiu promoção em 2018, depois de jogar a Série C. O treinador o devolveu à categoria principal, mas deixou o clube para vestir o manto do Cruzeiro, uma jogada controversa, pois, na época, ele era um rival direto da permanência. No entanto, ele teve vida curta na equipe de Belo Horizonte e, menos de dois meses depois de assumir o cargo, ele teve que sair. E o que aconteceu? Ele voltou a Fortaleza apenas algumas semanas após sua despedida, armando um time que surpreendeu a si próprio e a outros e o classificou para a Sul-Americana. De fato, estava à porta da Libertadores, a apenas três pontos do Corinthians", escreveu o portal.
"Provavelmente, no norte brasileiro, eles levaram às mãos à cabeça, sabendo que o sorteio não os favoreceu. No entanto, no Rojo, eles sabem que o adversário da estreia na Sul-Americana 2020 é, no mínimo, para se ter cuidado. Independiente, que já foi campeão duas vezes da competição, deverá viajar os quase 4.000 km que os separam da casa da Cinderela do Brasileirão para se definir a primeira chave de uma Copa que, apesar de ostentar em suas vitrines, ficou engasgada pela última edição, em que a equipe dirigida neste momento por Beccacece foi eliminada nas semis pelo Independiente del Valle", diz, outro trecho, em tradução livre.
Por quase uma década o Fortaleza sofreu com o calvário da penúltima divisão do Campeonato Brasileiro. Além de cotas bem menores, o tricolor ainda chegou a jogar em campos que estavam em situações bem precárias. Por sete anos seguidos o Leão fez sua torcida chorar de sofrimento ao fim do ano.
Em 2017, oitava temporada seguida na Série C do Brasileirão, também houve choro. No entanto, de alegria. Após oito anos de decepções, batidas na trave, a torcida tricolor comemorou com a saída de seu time da terceira divisão nacional e o acesso à Série B. Mas ainda era pouco. No ano seguinte, veio o título inédito de campeão nacional. Com Rogério Ceni no comando, o Fortaleza levantou o título de campeão da Segunda Divisão e chegou à elite do futebol nacional.
No início, até parecia que o time teria algumas complicações pela campanha inconstante que fazia. Ceni chegou a sair para comandar o Cruzeiro, que vive em meio à crises financeira e política. Zé Ricardo, seu substituto, não conseguiu manter o estilo de Rogério e sofreu com muitas cobranças e críticas por parte da torcida.
Pouco menos de dois meses depois, o ídolo do São Paulo e do Fortaleza retornou ao cargo de treinador. Desta vez, com mais constância, o Leão do Pici foi subindo na tabela, atletas foram ganhando confiança a cada vitória, a cada boa partida apresentada, a cada ponto conquistado.
E, assim como a Cinderela, que saiu do calvário do sofrimento e humilhações que passava com sua madrasta e filhas, o Fortaleza saiu da penúltima divisão do futebol brasileiro e, em três anos, conseguiu chegar à Sul-Americana, onde terá o maior campeão da Copa Libertadores como adversário.