Defesa do cearense Igor Cariús contesta denúncia por manipulação de jogos

Jogador é acusado de receber R$ 5 mil reais de apostadores

Legenda: Igor Cariús tornou-se réu após denúncia de manipulação de jogos.
Foto: Rafael Bandeira/Sport Club do Recife

O cearense Igor Cariús, atleta do Sport, tornou-se um dos réus na Operação Penalidade Máxima, que investiga a manipulação de jogos nas Séries A e B do Brasileirão de 2022, além de estaduais. Outras 15 pessoas também são acusadas. A defesa do jogador solicitou o pedido de arquivamento da denúncia na noite desta terça-feira (9). A informação é do GE.

O Ministério Público de Goiás, que deflagrou a operação, cita que o lateral recebeu R$ 5 mil reais para ser advertido com um cartão amarelo na partida Ceará x Cuiabá. Na época, o jogador defendia o time cuiabano. A defesa alega que o valor poderia ser referente a um "patrocínio ou utilização de material esportivo." Na época, o atleta chegou a ser expulso da partida. André Rigueira, representante do jogador, explicou ao GE.

"A questão dos R$ 5 mil. Se coloca como se fosse uma situação provada que ele teria recebido dos apostadores R$ 5 mil. O que se tem é uma conversa dele com uma pessoa que é dono de uma representação de material esportivo", explicou o advogado.

"Esses R$ 5 mil podem estar dentro de um contexto completamente diferente do que está se colocando. Pode ser patrocínio, utilização de material esportivo, pode ser em virtude de uma propaganda, de uma mídia", acrescenta, antes de continuar", continou.

"No print que foi juntado na denúncia se fala da loja. Não tem nem o nome da pessoa, tem o nome da loja. Essa pessoa entrou em contato com a assessoria de Cariús para fazer uma divulgação de material esportivo, então ele presume que tenha sido dessa divulgação. Até isso a gente está estudando", concluiu. 

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O advogado teve acesso ao conteúdo da investigação do MPGO após a denúncia. Ele explicou que o material apreendido de Cariús foram notebook, celulares e documentos. O jogador cearense chegou a prestar depoimento e disse ser inocente das acusações.

André Rigueira explicou ainda que seria necessária a quebra do sigilo bancário do jogador para comprovar algum pagamento do montante ao atleta. 

"O que se tem no processo é outro print de um quadro do Ministério Público onde se diz que foi feito um depósito na conta de um amigo de Cariús, feito por essa pessoa (da loja), de R$ 5 mil. A partir disso se dá um salto argumentativo para dizer: esse foi o dinheiro pago para que ele recebesse o cartão amarelo no jogo contra o Ceará. É um absurdo completo", disse.

"Para se chegar à conclusão de que os R$ 5 mil foi para ele receber o cartão amarelo, teria que ter a prova primeiro de que de fato ele recebeu. Isso me parece que só com a quebra do sigilo bancário isso poderia acontecer e, pelo menos até hoje, não tem nos autos. E segundo que esses R$ 5 mil estariam vinculados a esse aceite dessa proposta de recebimento de cartão amarelo, que também não tem", concluiu o advogado.


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