A Microsoft anunciou, nesta terça-feira (18), que comprará uma das maiores desenvolvedoras de jogos, a Activision Blizzard — responsável por games como Guitar Hero, Candy Crush e Call of Duty. A empresa deve desembolsar quase US$ 70 bilhões, equivalente a R$ 380 bilhões (na cotação desta terça-feira).
Com a aquisição, o empreendimento, que já detém o Xbox, será o terceiro maior do ramo, atrás apenas da chinesa Tecent, e da principal rival no ramo dos consoles, a Sony.
A negociação inclui diversos estúdios da marca: Beenox, Demonware, Digital Legends, High Moon Studios, Infinity Ward, King, Major League Gaming, Radical Entertainment, Raven Software, Sledgehammer Games, Toys for Bob, Treyarch e todas as equipes da Activision Blizzard, segundo informa a nota da gigante tecnológica.
O comunicado destaca que a transação ainda está em curso, mas já foi aprovada pelos conselhos das duas empresas. Agora, o próximo passo é a aprovação dos acionistas da Blizzard, além da conclusão da revisão regulatória.
Quando a negociação chegar ao fim, a empresa reportará ao CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer. A previsão, segundo o portal CanalTech, é até julho de 2023.
Após essa etapa, o maior número possível de jogos da Activision Blizzard será disponibilizado no catálogo do Xbox Game Pass e no PC Game Pass — espécie de assinatura mensal que funciona como uma "Netflix de jogos" —, informou a empresa.
Atualmente a desenvolvedora de jogos tem cerca de 400 milhões de jogadores ativos mensais, distribuídos em 190 países e franquias que valem bilhões de dólares.
Em setembro de 2020, a Microsoft já havia adquirido a ZeniMax Media, proprietária da desenvolvedora de games Bethesda Softworks, por US$ 7,5 bilhões, cerca de R$ 40 bilhões.
Acusação de assédio sexual
A negociação acontece em meio ao processo de assédio sexual movido, em julho de 2021, pelo Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia contra a Activision Blizzard.
A entidade acusa a empresa de casos de assédio sexual, agressão e de manter um ambiente hostil contra funcionárias do sexo feminino, que recebiam salários menores e eram submetidas a um ambiente tóxico e misógino.
Nos últimos sete meses, a empresa recebeu cerca de 700 relatórios de preocupações de funcionários sobre agressão, ou assédio, sexual, ou contra comportamento inapropriado, informou The Wall Street Journal.
Quase 20% dos 9,5 mil funcionários da Activision Blizzard assinaram uma petição pela renúncia do CEO, Bobby Kotick, que deixou o cargo em agosto do ano passado.