O advogado da família de Alice Moraes, que morreu durante um show da cantora Luísa Sonza no último sábado (16), em Porto Alegre (RS), relatou uma "profunda indignação da família" porque a estudante de medicina veterinária foi "deixada ao relento, numa cadeira plástica" sem atendimento médico adequado.
"Dedicava muito esforço para salvar animais abandonados e foi ela própria deixada ao relento, numa cadeira plástica, no frio de Porto Alegre, quando havia uma ambulância com maca e que podia tê-la levado ao hospital, quem sabe em tempo de ser salva", disse ao UOL.
Uma amiga da estudante disse ter encontrado a jovem "desacordada, sentada ao lado da ambulância numa cadeira branca deitada". Segundo ela, Alice se sentiu mal ainda nos primeiros 30 minutos de apresentação e decidiu ir ao banheiro.
"Eu questionei para a enfermeira como ela tinha chegado ali e me mandado mensagem se estava desacordada, e a enfermeira relatou que ela própria escreveu a mensagem. Eles me falaram que encontraram ela desacordada no banheiro", detalhou.
A Transul Emergências Médicas, responsável pela ambulância que prestava o serviço de emergência no evento, negou a negligência médica. Em nota, a empresa informou que a paciente "recebeu todo atendimento e assistência possível", menos a remoção dela porque a estudante morreu no deslocamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
'Força à família'
A cantora Luísa Sonza usou o Twitter para se manifestar, nesta quinta-feira (21), sobre a morte de Alice Moraes. Na rede social, a gaúcha declarou que soube do caso apenas na quarta-feira (20), desejou força à família e que o fato seja apurado pelos órgãos de segurança.
"Só soube ontem de tudo que aconteceu e tô arrasada isso. Minha preocupação antes foi falar com a família. Primeiro pedi para encontrar o número da mãe ou irmã para depois vir falar algo publicamente. Desejo muita força a família e espero que o caso seja apurado o mais rápido possível", declarou.
Investigação
A causa da morte só será apontada após perícia no corpo, que pode levar até 30 dias para ser concluída. O delegado Alexandre Vieira considerou que é muito prematuro afirmar ser um caso de negligência médica.
No entanto, afirma que irá buscar mais informações, como o momento exato do fato, quanto tempo demorou o atendimento, quantas ambulâncias estavam no local e qual era o público presente, entre outros dados.