Terremoto deixa 22 mortos e centenas de feridos no Paquistão

O primeiro-ministro paquistanês da Caxemira, Raja Farooq Haider Khan, disse à AFP que centenas de feridos foram tratados em um hospital de Mirpur, acrescentando que os serviços de socorro estão em andamento

Escrito por Agence France-Presse ,
Legenda: O epicentro, a uma profundidade de 10 km, foi localizado 22,3 km ao norte da cidade de Khelum
Foto: Aamir Qureshi / AFP

O terremoto de magnitude 5,2 que atingiu o leste do Paquistão na terça deixou 22 mortos e centenas de feridos, segundo o último boletim das Forças Armadas, divulgado nesta quarta-feira.

Até o momento, "22 pessoas perderam a vida, incluindo um soldado", e os socorristas prosseguem trabalhando em busca de vítimas, diz o comunicado das Forças Armadas. O tremor abriu crateras nas estradas da região do tamanho de automóveis.

O epicentro, a uma profundidade de 10 km, foi localizado 22,3 km ao norte da cidade de Khelum, ao longo da fronteira entre a província de Punjab e a Caxemira paquistanesa, de acordo com o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos (USGS). 

"Foi sentido em maior parte da província de Punjab e em partes de Khyber Pakhtunkhwa", no noroeste do Paquistão, disse à AFP o meteorologista paquistanês Muhamad Riaz. "O pior aconteceu em Mirpur", acrescentou.

O primeiro-ministro paquistanês da Caxemira, Raja Farooq Haider Khan, disse à AFP que centenas de feridos foram tratados em um hospital de Mirpur, acrescentando que os serviços de socorro estão em andamento. 

As infraestruturas da região - estradas, torres telefônicas e postes de eletricidade - foram severamente danificadas pelo terremoto. O exército paquistanês mobilizou aviões, equipamentos médicos e tropas para as áreas afetadas da Caxemira, disse um dos porta-vozes do governo. 

Duas testemunhas em Mirpur, Sajjad Jarral e Qazi Tahir, disseram à AFP por telefone que um prédio desabou na cidade conhecida por suas casas de luxo e laços estreitos com o Reino Unido. Metade dos 450.000 habitantes de Mirpur tem passaporte britânico e paquistanês. 

A mídia paquistanesa transmitiu imagens impressionantes de uma estrada cheia de rachaduras nas quais vários carros caíram. Enquanto a embaixada britânica observa a situação, explicou seu porta-voz à AFP, o embaixador dos Estados Unidos no Paquistão, Paul W. Jones, expressou no Twitter sua "compaixão" pelas vítimas do desastre. 

Réplicas foram sentidas mesmo em Nova Délhi. A agência Press Trust of India informou que pessoas aterrorizadas deixaram suas casas e escritórios em várias províncias da Índia, como Rajasthan, Punjab e Haryana.

A Caxemira controlada pelo Paquistão já havia sofrido com o terremoto de magnitude 7,6 de 8 de outubro de 2005, que matou mais de 73.000 pessoas e deixou 3,5 milhões de desabrigados.