Em 9 anos, 11 nascidos no CE são aprovados em seleção de diplomata

O Itamaraty já registrou 11 embaixadores nascidos no Ceará. A última a conquistar o cargo é uma mulher

Escrito por Carol Curvello ,
Legenda: O Palácio do Itamaraty, em Brasília, é a sede da diplomacia brasileira
Foto: Foto: Agência Brasil

O sonho de ser diplomata ainda não está tão enraizado entre os cearenses, mas, a cada ano, milhares de pessoas pelo Brasil tentam uma oportunidade no concurso público realizado pelo Instituto Rio Branco (IRBr), órgão responsável pela formação dos diplomatas brasileiros e ligado ao Ministério das Relações Exteriores. Neste ano, a prova do concurso será no dia 8 de setembro para 20 vagas com o salário inicial de R$ 19.199,06 (valor bruto).

Levantamento do Itamaraty revela que, entre as turmas de 2010 a 2019, 11 cearenses foram admitidos no concurso público do Instituto Rio Branco. Nesse período, pelo menos um natural do Ceará se formou na Instituição. Assim que são aprovados, eles assumem o cargo de terceiro-secretário. Os cargos seguintes na carreira são: segundo-secretário, primeiro-secretário, conselheiro, ministro de segunda classe e ministro de primeira classe.

A legislação em vigor, que institui o regime jurídico dos servidores do serviço exterior brasileiro, determina que os embaixadores serão escolhidos entre os ministros de primeira classe ou entre ministros de segunda classe.

Segundo dados do Itamaraty, entre os 1.565 diplomatas que constam no quadro de servidores, 11 embaixadores são naturais do Ceará, sendo que quatro já estão aposentados. E há pelo menos outros 14 cearenses diplomatas na ativa atuando no Ministério das Relações Exteriores ou em outros órgãos como assessores.

Todos os embaixadores precisaram passar por aprovação prévia no Senado Federal. A cearense mais recente a ser aprovada pelo Senado foi a diplomata Maria Edileuza Fontenele Reis para o cargo de embaixadora do Brasil na Bulgária e na Macedônia do Norte.

Reino Unido

Em maio, o Senado Federal aprovou o nome do diplomata cearense Cláudio Frederico de Matos Arruda para o cargo de embaixador do Brasil no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. No início de março, o presidente Jair Bolsonaro determinou que o embaixador cearense Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão iria atuar perante a Organização das Nações Unidos (ONU) em Portugal e na Suíça.

O órgão trata de missões do Governo brasileiro junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, para "Missão Permanente do Brasil" na ONU, além de outros organismos em Genebra, como a Confederação Suíça.

Natural da cidade de Ipueiras, o diplomata Mourão atuou como diretor-geral do Instituto Rio Branco, foi embaixador do Brasil na Dinamarca e diretor do Departamento da América Central e Caribe do Itamaraty.

A aprovação pelo Senado, em agosto, da indicação da primeira embaixadora cearense da história do Itamaraty aumenta para 11 a lista de diplomatas nascidos no Ceará a ocupar a função máxima da carreira

Embaixadores nascidos no Ceará

Reino Unido: Cláudio Frederico de Matos Arruda

Palestina: Francisco Mauro Brasil de Holanda

Oslo: George Monteiro Prata

Tailândia: Ana Lucy Gentil Cabral Petersen

ONU- Portugal e Suíça: Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão

Bulgária e Macedônia do Norte: Maria Edileuza Fontenele Reis

Aposentados

Helder Martins de Moraes

José Jerônimo Moscardo de Souza

José Marcus Vinicius de Sousa

Rubem Amaral Junior

Falecido

Geraldo de Heráclito Lima