Estudante com deficiência visual tira 940 pontos na redação do Enem, no Piauí

A jovem de 18 anos tem o objetivo de cursar Direito em uma Universidade Federal

Legenda: Maria Gabriella terminou o Ensino Médio em 2019, e, na época do colégio, percorria cerca de 6 quilômetros para chegar até a instituição de ensino
Foto: Divulgação/Seduc Piauí

Prova viva de que a educação é um meio de inclusão social, a estudante Maria Gabriella Silva Santos, 18, moradora do Povoado Baixia, em Pimenteiras, no Piauí, tirou 940 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. A meta da jovem, deficiente visual, é cursar Direito em uma universidade federal.

Maria Gabriella terminou o Ensino Médio em 2019, e, na época do colégio, percorria cerca de 6 quilômetros para chegar até a instituição de ensino.

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A menina avalia que os aprendizados que teve na escola foram importantes para a conquista da nota. Depois que finalizou o ciclo da educação básica e com o início da pandemia, ela explica que fez um plano de estudo individual.

"Como moro na zona rural e um pouco distante da escola, eu tive que fazer meu próprio cronograma, mas tenho como base os estudos da escola e tudo que aprendi lá", conta a estudante.

Mãe foi a primeira professora

A mãe dela, Joana Darc dos Santos Silva, 38, lembra que foi a primeira professora da filha. Ela cursou faculdade na área de Educação e tornou-se especialista em Educação Especial.

Estudante com deficiência visual tira 940 pontos na redação do Enem, no Piauí
Legenda: Mãe da jovem capacitou-se para poder ajudar a filha nos estudos, e hoje em dia também apoia outras pessoas
Foto: Divulgação/Seduc Piauí

"Devido às dificuldades que passei quando ela começou a estudar, eu tive que me capacitar e hoje sou formada em Pedagogia e tenho especialização em Educação Especial e ajudo outras pessoas", disse Joana Darc. 

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'Dedicada' e 'curiosa'

Ela, nas palavras de um dos seus professores "sempre foi uma aluna dedicada e muito curiosa e que sonha muito alto", recorda Adonias Pedrosa, que ensina Física e Química.

Também de acordo com o docente, ele sempre passava as fórmulas e "ela conseguia transformar essas fórmulas de uma forma lógica e sempre conseguia resolver esses cálculos muito rápido".

O interesse dela, afirma o professor Adonias Pedrosa, sempre surpreendeu, e as notas da jovem de 18 anos sempre foram as melhores da turma.