Quem é Marcola? Conheça a história do líder de facção condenado a 342 anos de prisão

Marcos Willians Herbas Camacho já foi condenado por crimes como formação de quadrilha, roubo, tráfico de drogas e homicídio

Escrito por Redação ,
marcola escoltado
Legenda: Marcola cumpre pena em penitenciária de Porto Velho
Foto: Sergio LIMA / AFP

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, virou assunto das matérias policiais nos últimos dias após divulgação dos planos que ele próprio teria encabeçado para escapar de um presídio de segurança máxima.

Condenado a 342 anos de prisão, ele é citado como o grande líder do PCC e recebeu a pena mais recente, de mais de 12 anos, em março de 2022, por associação à organização criminosa.

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Quem é Marcola?

Órfão aos 9 anos, Marcos batia carteiras e roubava toca-fitas de carro na região do Glicério, Zona Central de São Paulo. O apelido viria, então, do tempo em que cheirava cola na Praça da Sé.

Aos 18 anos, ele foi preso por roubo a banco, fez passagem no Carandiru e, em seguida, foi ao anexo da Casa de Custódia de Taubaté, o Piranhão. Na época, o PCC estava sendo criado e por lá ele se uniu a Sombra. 

Legenda: Marcola cumpre pena em presídio de segurança máxima de Brasília
Foto: Reprodução

Crimes

Inicialmente, ele foi condenado a 232 anos e 11 meses de prisão por formação de quadrilha, roubo, tráfico de drogas e homicídio, mas nunca assumiu, de fato, a posição de chefe do PCC. Em depoimentos, chegou a dizer que o envolvimento dele com o grupo era ideológico e não estava relacionado a nenhum crime. 

A condenação mais recente do criminoso foi após acusação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) de ter dado ordem para matar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o chefe da Croeste (Coordenadoria dos Presídios da Região Oeste do Estado), Roberto Medina, em dezembro de 2018.

Por conta disso, ele foi transferido da Penitenciária Federal de Brasília para a Penitenciária Federal de Porto Velho, capital de Rondônia. 

Até hoje, a defesa de Marcola diz que ele nunca integrou o PCC, não liderou nenhuma célula de organização criminosa e não deu ordem para matar autoridades, policiais ou agentes públicos.

Plano de fuga

A Polícia Federal (PF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) descobriram pelo menos três planos para resgatar Marcola da prisão. Envolvidos com a facção criminosa paulista falavam sobre sequestro, invasão e até rebelião para tirar o preso da cadeia. 

O esquema começou a ser desmontado quando a advogada Kássia Regina Brianez Trulha de Assis deixou a penitenciária estadual de Campo Grande (MS) e escreveu sobre os planos no celular. Ela havia encontrado Esdras Augusto do Nascimento Júnior, uma das lideranças da organização criminosa.

Os códigos eram STJ e STF, mencionados em conversas interceptadas desde 2020. A intenção de codinome STF consistia em uma invasão a penitenciária de Porto Velho, onde Marcola está preso.

Mulher do Marcola

Alvo da deferência de assaltantes que devolveram seu telefone celular e o dinheiro desviado de sua conta via Pix após ser roubada, Cynthia Giglioli Herbas Camacho se casou com o chefe da facção criminosa paulista, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2007, após sete anos de namoro. A cerimônia foi realizada dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

Antes de se casar com Cynthia, Marcola havia ficado viúvo em 2003, quando Ana Maria Olivatto Camacho foi executada na disputa pelo comando da facção.

Cynthia relatou ao marido, em conversa de novembro do ano passado, revelada neste domingo (14), pelo programa Fantástico, da TV Globo, ela foi assaltada dentro de seu carro.

"O trânsito parou, tomei um susto tão grande. Demorei uns segundos para voltar ao normal", afirmou Cynthia no Parlatório da cadeia. "Aí devolveram porque viram meu nome. Mandaram entregar lá no salão." Marcola, então, riu da situação. Segundo ela, o caso aconteceu "na Marginal, via expressa".

 

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