Por falta de compra da Coronavac, alguns estados não iniciaram imunização de crianças com 3 e 4 anos

Enquanto novas compras não são realizadas, capitais, estados e municípios do interior têm usado estoques próprios para iniciar a vacinação

Escrito por Redação ,
Legenda: Fabricada pelo Instituto Butantan, a CoronaVac dada às crianças tem a mesma dosagem dos adultos, e é aplicada em duas doses
Foto: Divulgação

A vacinação de crianças de 3 e 4 anos com a CoronaVac ainda não começou em todos os lugares do Brasil. Apesar de o processo ter sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há nove dias, capitais como Cuiabá, Maceió e Teresina enfrentam a ausência do imunizante para os pequenos.

Mesmo em São Paulo, que já começou a vacinar, o público está restrito a crianças com comorbidades, deficiência ou indígenas. Em Alagoas, nenhum município começou a vacinação. Até a terça-feira (19), Mato Grosso aguardava novas doses para iniciar. Já no Piauí, apenas algumas cidades já vacinam, a exemplo de Água Branca e Parnaíba. As informações são do G1.

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Fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo estadual de São Paulo, a CoronaVac dada às crianças tem a mesma dosagem dos adultos, e é aplicada em duas doses. No dia 1º de julho, contudo, o instituto anunciou que, "na ausência de novos pedidos de compra pelo Ministério da Saúde, a produção da vacina foi interrompida temporariamente".

Em nota, o Butantan disse aguardar "a decisão do Ministério da Saúde para incorporar a CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) para que possa, assim, ser distribuída em todos os estados e municípios".

Na capital cearense, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que a vacinação infantil contra a Covid deverá priorizar imunossuprimidos e crianças de 4 anos. A estratégia foi adotada até que todas as doses necessárias para a faixa etária de 3 e 4 anos sejam recebidas do Ministério da Saúde.

Crianças de 3 a 5 anos começaram a receber o imunizando no início nesta segunda-feira (18), em Fortaleza. A expectativa da Sesa é atender 74,7 mil pequenos.

Carência gera movimentação

No dia 13 de julho, a Anvisa autorizou a aplicação da CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos. Antes disso, os pequenos de 5 anos só podiam receber a vacina da Pfizer; os de 3 e 4 não podiam ser imunizados.

Nesta semana, o governo paulista afirmou que vai importar 8 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA) para fabricar as doses necessárias para vacinar as crianças de 3 e 4 anos. A previsão é de que as doses fiquem prontas já em agosto.

Enquanto novos lotes não são distribuídos, capitais, estados e municípios do interior têm usado estoques próprios para iniciar a vacinação. Alguns locais começaram a vacinação de crianças de 4 anos, mas não de 3 – situação de Brasília, que aplica apenas doses que sobram nas crianças mais novas. Outras incluem as de 4 anos e, entre as de 3, apenas as com deficiência ou comorbidades, a exemplo de João Pessoa.

Em Belo Horizonte, apenas crianças imunossuprimidas podem receber a vacina. Em Pernambuco, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Caruaru vacinam apenas as crianças de 4 anos. No Pará, as quatro maiores cidades – Belém, Ananindeua, Santarém e Marabá – já iniciaram a vacinação de crianças tanto de 4 como de 3 anos.

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