Ministério da Saúde investiga suspeita de quatro mortes por Febre Oropouche; conheça sintomas

Óbitos analisados foram registrados nos estados da Bahia, do Maranhão e de Santa Catarina

Escrito por Carol Melo , carolina.melo@svm.com.br
Mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Ministério da Saúde investiga quatro mortes suspeitas por Febre Oropouche; conheça doença e sintomas
Legenda: A condição é geralmente transmitida pelo mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora
Foto: Divulgação/Agência Pará

Quatro óbitos são investigados pelo Ministério da Saúde por suspeita de terem sido provocados pela Febre Oropouche — arbovirose que possui sintomas semelhantes ao da dengue e da chikungunya. Nessa quarta-feira (20), a pasta detalhou que as mortes analisadas aconteceram nos estados da Bahia (2), do Maranhão (1) e de Santa Catarina (1). 

No comunicado, o órgão frisou que, até o momento, a relação entre os falecimentos e a doença não foi confirmada oficialmente. A condição é geralmente transmitida pelo mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. 

"Para se confirmar um óbito por Febre do Oropouche, é necessária uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos e epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos", explicou o Ministério da Saúde ao Diário do Nordeste.

Somente neste ano, o Brasil já confirmou 6.285 casos da doença, conforme dados divulgados pela Pasta. No ano passado, somente 835 foram registrados.

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CASOS NA BAHIA

Na última segunda-feira (17), a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou que registrou dois óbitos supostamente causados pela arbovirose. No comunicado, informou aguardar a confirmação do diagnóstico por parte do Ministério da Saúde.

A pasta baiana detalhou que o primeiro caso seria de um residente do município de Valença, de 24 anos, avaliado como positivo pela Câmara Técnica da Bahia. A vítima teria passado por avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial rigorosa. 

"O diagnóstico foi obtido através de RT-PCR para Oropouche, que se mostrou positivo após a exclusão de outras doenças como Zika, Dengue, Chikungunya e Leptospirose, além de infecções por meningococo, Hemophilus e pneumococo, todas apresentando resultados negativos", disse a Sesab. 

Apesar de o caso ser avaliado como positivo pelo órgão da Bahia, o Ministério da Saúde ainda não confirmou a relação da morte com a doença. 

Já o segundo caso suspeito registrado na Bahia seria um residente de Camamu, de 22 anos. Este continua em investigação pelas autoridades de saúde do Estado e do País. Conforme a Sesab, o corpo será submetido aos mesmos exames do primeiro caso, adicionando a análise genômica.

FEBRE OROPOUCHE

Provocada pelo arbovírus — microrganismo transmitido por mosquito — Orthobunyavirus oropoucheense, a doença é responsável por casos isolados e surtos no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica, desde que foi descoberta, em 1960, a partir da amostra de sangue de uma bicho-preguiça, capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

A transmissão da doença é feita principalmente por mosquitos, em especial o Culicoides paraenses. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando ele pica outro indivíduo saudável, pode transmitir a arbovirose para ele.

Sintomas

Os sinais da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya, e incluem:

  • dor de cabeça;
  • dor muscular;
  • dor nas articulações;
  • náusea;
  • diarreia. 

O diagnóstico da arbovirose é clínico, epidemiológico e laboratorial. A orientação do Ministério da Saúde é que todo caso deve ser notificado. 

Tratamento 

Conforme o MS, não existe tratamento específico para a virose. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.    

Prevenção 

A autoridade de saúde indica os seguintes cuidados para se prevenir da Febre do Oropouche:

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
  • Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos. 
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