"Hipster da Federal" teve surto e achava estar no próprio sítio quando foi baleado, diz advogada

Advogada informou que Lucas estaria fazendo sessões de terapia para tratar de uma depressão profunda

Escrito por Redação ,
Hipster da Federal
Legenda: A advogada afirmou que a família não pretende entrar com queixa contra o morador por entender que ele agiu em legítima defesa
Foto: Reprodução

A advogada do policial Lucas Soares Dantas Valença, mais conhecido como "hipster da Federal", morto na última quinta-feira (3), apresentou uma versão sobre o incidente. As informações são do jornal O Globo. 

Sindd Lopes, que advoga para a família Valença, contou que o agente de polícia estava caminhado pelas redondezas de Buritinópolis, no interior de Goiás, quando teve um surto psicótico, tentou invadir a chácara de um vizinho achando que era a dele próprio e foi morto com um tiro pelo dono da casa.

Ela informou que Lucas estaria fazendo sessões de terapia para tratar de uma depressão profunda desde o início da pandemia da Covid-19, de acordo com informações do jornal O Globo. Suspeita-se ainda que o "hipster da Federal" sofria de bipolaridade, mas o diagnóstico ainda não divulgado.

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Sindd Lopes revelou que a família não esperava que esse tipo de incidente fosse acontecer, apesar dos problemas de saúde de Lucas. "Não entendemos que houve um assassinato e, sim, legítima defesa. Mas ele não arrombou a casa. Ele achava que aquele era o rancho dele. Por isso, tentou entrar na residência. Estava perdido e em surto" contou a advogada ao o Globo.

Entenda o caso

De acordo com o boletim de ocorrência, familiares e amigos relataram à Polícia Militar que o servidor da PF teria gritado do lado de fora dizendo que "havia um demônio" na residência, antes da invasão. Segundo o morador, ele ouviu barulhos de pessoas em volta da sua casa e gritos com diversos xingamentos.

Logo depois, a vítima desligou o disjuntor de energia que fica fora da casa e arrombou a porta da sala. Em relato à polícia, o morador diz que atirou no policial com uma espingarda, agindo em legítima defesa.

Ainda de acordo com a advogada, a família tem um terreno na mesma região que ocorreu o incidente, desde que o agente era criança. Lucas conhecia o vizinho que o matou e não teria inimizade com ele. 

Sindd Lopes afirmou que a família não pretende entrar com queixa contra o morador por entender que ele agiu em legítima defesa. "Foi questão de doença mesmo", frisou.

O autor do disparou chegou a ser preso em flagrante por posse ilegal de arma, mas foi liberado após o pagamento de fiança. Segundo informações do jornal, a Polícia Civil de Goiás vai abrir um inquérito para apurar se o dono da casa realmente agiu para proteger a si mesmo e a sua família.