Conselho Regional de Medicina do RJ investiga caso de mulher que teve mão amputada após o parto
Hospital disse que apura internamente os procedimentos médicos adotados
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para investigar o caso da mulher que teve a mão e o punho amputados após o parto. A abertura da investigação foi confirmada ao portal g1, nesta terça-feira (17).
A jovem de 24 anos deu entrada em um hospital de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, para dar à luz, no dia 9 de outubro de 2022, e teve a mão e o punho esquerdos amputados pela equipe médica.
No dia seguinte, porém, a mãe teve hemorragia pós-parto. Segundo familiares, os médicos criaram um acesso venoso em sua mão para introduzir uma medicação. Durante o procedimento, ela disse ter sentido muita dor e incômodo e o membro foi ficando roxo e muito inchado.
Como o quadro da vítima se agravou, ela foi transferida para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo. Foi lá que, três dias após o parto, a família soube que ela teria de ter a mão amputada.
Até hoje, a jovem e a sua família não sabem qual foi a complicação e se ela poderia ter sido evitada. Após três meses da amputação, a mãe tenta se adaptar a nova rotina e tem vergonha de sair de casa.
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Ela não pode dar banho no filho mais novo e não pôde amamentá-lo nos primeiros dias, já que ficou 17 dias internada. A jovem, que está de licença-maternidade, não sabe o que vai ocorrer quando voltar ao trabalho.
“Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos. Também não sei como vai ficar no meu trabalho quando eu voltar. Era fiscal em um mercado e precisava das duas mãos para exercer a função", disse.
O que diz o hospital
Em nota enviada ao g1, o Hospital da Mulher Intermédica afirmou que se solidariza com a vítima e que lamenta o fato. Disse ainda que vai apurar internamente o caso e os procedimentos adotados durante o atendimento à paciente.
A Polícia Civil investiga o caso como lesão corporal culposa e finaliza o laudo do corpo de delito da jovem. O caso foi registrado na 41ª DP.
A advogada de defesa da vítima, Monalisa Gagno, informou que entrou na Justiça contra a unidade de saúde. "Foi uma sequência de erros que devem ser todos apurados, nas esferas criminal, administrativo e cível. Vamos pedir as reparações de que tem a responsabilidade civil: dano estético, dano moral e material. E vamos fazer um levantamento da parte da imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal", destacou a jurista.