Justiça anula júri da Boate Kiss e réus têm prisão revogada após julgamento de recursos
A defesa pedia que a duração das penas fosse revista e ainda alegou nulidades no processo e na solenidade
Os quatro condenados pelo incêndio na Boate Kiss tiveram a prisão revogada nesta quarta-feira (3) pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), após julgamento de recursos. A defesa pediu que a duração das penas seja revista e ainda alega nulidades no processo e na solenidade, considerando que a decisão do júri na condenação "não se ateve aos fatos".
O julgamento terminou com o placar de dois votos a um, mas ainda cabem recursos. Um novo júri deve ser marcado. O relator, desembargador Manuel José Martinez Lucas, foi o único que votou contra a tese das defesas.
Já os desembargadores José Conrado Kurtz de Souza e Jayme Weingartner Neto reconheceram a nulidade do júri e acataram alguns argumentos dos advogados dos réus. Os recursos foram analisados na 1ª Câmara Criminal.
Assista ao julgamento de recursos:
Os réus são Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da casa noturna, Marcelo de Jesus dos Santos, da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, auxiliar do grupo. Eles estão presos e foram condenados no dia 10 de dezembro de 2021.
As penas são as seguintes:
- Elissandro Callegaro Spohr: 22 anos e 6 meses
- Mauro Londero Hoffmann: 19 anos e 6 meses
- Marcelo de Jesus dos Santos: 18 anos
- Luciano Bonilha Leão: 18 anos
Veja também
Boate Kiss
O incêndio que matou 242 pessoas e deixou mais 636 feridos na Boat Kiss ocorreu em 27 de janeiro de 2013 durante uma festa universitária.
Um integrante da banda Gurizada Fandangueira disparou um artefato pirotécnico e as centelhas atingiram o teto do prédio, revestido por espuma, causando um grande incêndio.