Alfabetiza Brasil: Governo vai avaliar nível de alfabetização de crianças no 2º ano

Pesquisa será feita entre os dias 15 e 23 de abril em cinco capitais-sede

Escrito por Redação ,
Camilo Santana de perfil falando e gesticulando
Legenda: O anúncio da pesquisa foi feito nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou, nesta quarta-feira (22), que o Governo Federal vai verificar o nível de alfabetização de crianças que cursam o 2º ano do Ensino Fundamental. Chamada de "Alfabetiza Brasil", a iniciativa será coordenada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os resultados do levantamento servirão para a definição de diretrizes para formular uma política pública nacional de alfabetização e para estabelecer um padrão nacional de avaliação da alfabetização dos estudantes.

"Teremos uma grande política de alfabetização na idade certa de nossas crianças. Estamos construindo essa política ouvindo todos os setores educacionais desse país. Vai ser construída com municípios e estados, porque qualquer política pública precisa ser fortalecida no regime de colaboração", disse Camilo.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a pesquisa será aplicada entre os dias 15 e 23 de abril e contará com 341 professores alfabetizadores de todas as capitais e 291 municípios mais populosos. As aplicações estarão concentradas em cinco capitais-sede, uma por região: Belém, Recife, Brasília, São Paulo e Porto Alegre.

"Neste momento crítico para a educação brasileira, o monitoramento da alfabetização na idade certa se faz indispensável. É fundamental definir, com parâmetros claros, quem é a criança alfabetizada, o que ela é capaz de fazer, que habilidades caracterizam essa criança como alfabetizada, para que a gente possa estabelecer diretrizes de uma política nacional de alfabetização de todas as crianças", disse a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica do Inep e coordenadora da Alfabetiza Brasil, Clara Alarcão.

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Avaliação

O MEC se orientou pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para definir o que será avaliado na alfabetização dos alunos. O documento determina normas e currículos pedagógicos para as redes de ensino públicas e privadas de todo o País, tanto no que se refere à educação infantil como aos ensinos fundamental e médio.

Para o Governo Federal, uma alfabetização completa é quando o estudante domina a escrita, a leitura de palavras e frases e a produção de textos. Portanto, a pesquisa analisará como são desenvolvidas com autonomia dez habilidades desses três eixos.

Portanto, para serem considerados alfabetizados, os alunos do 2º ano, com idade entre 7 e 8 anos, deverão:

  • Conhecer o alfabeto e dominar convenções gráficas, como letras maiúsculas e minúsculas e cursiva (letras em escrita continua);
  • Compreender a escrita;
  • Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras (leitura de frases e localização de informações explícitas em textos);
  • Compreender porções maiores de texto;
  • Ter fluência e rapidez de leitura;
  • Ter domínio de grafemas e fonemas, relacionando elementos sonoros de uma palavra com a representação escrita dela;
  • Escrever um texto.

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Pontuação

Serão oito níveis de pontuação, sendo o nível 1 o mais básico (com desempenho de 650 a 675 pontos) e, o nível 8, o mais alto (com desempenho igual ou maior que 825 pontos).

Há, ainda, um nível abaixo de 1, que é quando os estudantes demonstram uma probabilidade menor que 65% de dominar as habilidades de leitura e escrita.

Novo Ensino Médio

No lançamento da pesquisa, Camilo também falou sobre a necessidade de avançar na revisão da reforma do Ensino Médio. Ele disse que foi criada uma comissão que deve fazer uma consulta pública para ouvir representantes do Fórum Nacional da Educação e do Conselho Nacional da Educação sobre o assunto.

"Reconhecemos que não houve, à época [2017], um diálogo, uma construção que envolvesse os atores, os protagonistas, que são alunos e os professores, que estão no chão da sala de aula, no dia a dia. É preciso fazer correções e nada melhor do que o diálogo e o debate para a gente possa fazer as correções necessárias e urgentes", comentou o ministro.

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