‘Tem militar em todo lado’: brasileira na Ucrânia chora com filho no colo ao não conseguir cruzar fronteira

De acordo com a mulher, grupo que tentava sair do país foi agredido e passou frio durante a noite.

Escrito por Redação ,
Legenda: Grupo foi barrado por militares a 4 km de adentrarem território da Polônia.
Foto: Reprodução/Instagram

Em desabafo emocionado nas redes sociais, a brasileira Vitória Magalhães chorou com o filho Benjamin, de 4 anos, no colo, por não conseguir sair da zona de guerra na Ucrânia, país pressionado por ataques militares russos desde a última quinta-feira (24). Ela faz parte de um grupo de familiares de jogadores de futebol que tentam deixar a área.

Além dela e do filho, o esposo Juninho e os também atletas do clube Zorya, Guilherme Smith e Cristian Fagundes, caminharam durante quase 10 horas a pé entre a cidade de Lviv, no oeste do Ucrânia, e a fronteira com a Polônia. Contudo, não conseguiram atravessar e retornaram a um hotel em Lviv, custeado pela Embaixada do Brasil.

60 km
foram percorridos pelo grupo, de acordo com a mulher. Porém, a 4 km da Polônia, foram barrados por militares.

Num posto onde conseguiram abrigo, na madrugada de sábado (26), Vitória Magalhães publicou um vídeo nas redes sociais. Em desespero e com Benjamin dormindo em seu colo, ela contou como o grupo foi barrado na fronteira.

A gente chegou até a última cidade para passar na fronteira, mas não conseguimos, tem militar em todo lado. Os meninos tentaram avisar que eram brasileiros, eles empurraram. Eu tentei também, eles empurraram. Não deixam a gente passar.

“A gente não tem como voltar para trás, não tem como ir para frente. A gente não sabe o que fazer!”

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Ainda no posto, eles tentaram contato com a Embaixada brasileira, mas sem sucesso. Sem acesso a cobertores e enfrentando neve e frio, o grupo ainda conseguiu acender uma fogueira.

Foto: Reprodução/Instagram

Contudo, Vitória também reclamou de dores após ter machucado um joelho e ficar sem andar. Horas depois, ela divulgou que a família e os colegas conseguiram pegar um ônibus de volta a Lviv. Já no local, Magalhães mostrou ruas cobertas por neve.

“A melhor escolha foi vir para o hotel. Agradecemos a Deus que estamos aqui seguros”, disse.

Ela compartilhou ainda que o cenário é indefinido e que, “pelo lado da Ucrânia”, não há muito o que se possa fazer.

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“Tem um grupo de brasileiros que está tentando a todo custo nos ajudar a passar a fronteira. Já fizemos documentos, tentaram caronas, carros para nos levar e não conseguiram. Não é fácil, gente”, lamentou.

A Embaixada do Brasil em Kiev e o Grupo de Trabalho Brasileiros na Ucrânia do Itamaraty em Brasília informaram que seguem buscando opções para a retirada rápida e segura de cidadãos brasileiros que queiram deixar a Ucrânia.

 

 

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