Mpox deixa de ser emergência internacional de saúde, declara OMS
O anúncio foi feito uma semana após a modificação do status da Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quinta-feira (11), que o surto de Mpox não é mais uma emergência de saúde pública (PHEIC). O anúncio foi feito quase uma semana após a modificação do status da Covid-19.
O alerta de emergência havia sido efetuado após o surgimento dos primeiros registros das infecções fora da África, em julho do último ano.
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O último relatório da OMS, publicado nesta quinta-feira (11), destacou que o surto, nas regiões da Europa e das Américas, continuam com baixos níveis de transmissão, enquanto na região do Pacífico Ocidental houve um aumento de casos - em países como Japão, China e Coreia do Sul.
Desde o último boletim, publicado em 27 de abril, houve 264 novos casos (uma alta de 0,3%) e 10 novas mortes relatadas. De acordo com a OMS, o total de casos pode ter sido influenciado por atraso na notificação.
CASOS REGISTRADOS
Segundo o painel de dados da OMS, entre abril de 2022 e a última terça-feira (9) foram registrados 87.337 infecções e 140 mortes em 111 países. Esta foi a primeira vez que muitos casos foram relatados simultaneamente fora da África Ocidental ou Central, onde a doença é endêmica.
Conforme a Organização, o Brasil foi um dos países mais afetados, atrás somente dos Estados Unidos que teve 30.154 casos registrados. O levantamento apontou que 12,5% de todas as notificações de infecção aconteceram em território brasileiro - sendo registrados 10.920 casos, cujo 16 evoluíram e resultaram em morte.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom, comemorou a diminuição do número de infecções mas alertou sobre a continuação do trabalho.
"Quase 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses em comparação com os três meses anteriores. No entanto, como no caso da covid, isso não significa que o trabalho acabou. Mpox continua a representar desafios significativos à saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável, enquanto saudamos a tendência de queda dos casos globalmente."
PREOCUPAÇÕES
O epidemiologista Nicola Low, integrante do comitê de emergência da OMS para a Mpox, destacou que, apesar do declínio de casos, ainda há transmissão e continua-se registrando um pequeno número de infecções e surtos menores em alguns países. "Há incerteza sobre a probabilidade de um grande ressurgimento da infecção."
Já a líder técnica de combate à Mpox da OMS, Rosamund Lewis, apresentou uma maior preocupação com as pessoas que vivem com HIV - o vírus da Aids - não tratado. "É extremamente importante protegermos as pessoas vulneráveis, pessoas imunocomprometidas, particularmente, neste caso, pessoas que vivem com HIV não tratado ou não controlado, elas correm maior risco de doença grave e quando não são capazes de eliminar o vírus (da monkeypox), é possível que o vírus continue evoluindo".